Cuidemos do nosso habitat planetário
Jorge Hessen
Brasília - DF
Inobstante não tenha sido esta a
primeira vez na história, certamente não será a derradeira, em que a vida da
população jaz ameaçada por devastadora pandemia. Há uma estreita analogia entre
ação humana no orbe e o advento de patologias pandêmicas, considerando a desrespeitosa
indiferença pelo habitat (meio ambiente).
O formato de perseguir riqueza e poder
sem se importar com as consequências, levou o planeta "à beira do
abismo". É urgente revigorarmos o orbe no campo da responsabilidade individual,
desacelerando o bestial consumismo, onde se tem priorizado mais o ter (transitório)
do que o ser (permanente). É mister ajuizarmos que o planeta é compartilhado e
cada um tem que fazer a sua parte para mantê-lo em boas condições de
habitabilidade.
Cada governante deve adotar políticas
para o bem comum. Os empresários podem coadunar a busca natural pelo lucro com
a justiça social. Dá para pensar em distribuir esses ganhos entre os que movem
a organização, que são as pessoas. É preciso buscar um acordo, uma boa
convivência planetária. Um conglomerado de líderes e governantes nacionais que
se reúnam pelo bem do planeta, deixando de priorizar somente o lucro e o poder
para o reinado do materialismo.
O planeta está
seriamente enfermo, jaz em avançado e abatido estágio de imoralidades, por isso
é necessária a intervenção da Providência Divina para que a ruína moral não
avassale mais intensamente a harmonia do todo reinante perante a beleza
natural.
O
ecossistema, como um todo, tem trabalhado com hercúleo esforço para se
desatrelar do guante deletério daqueles que abusam dos recursos naturais. Os
laboratórios donde deveriam nascer os recursos para o bem estar e saúde da
população têm sido núcleos calamitosos de manejos técnicos para desenvolvimento
de mortíferas substâncias biológicas em nome da guerra.
Allan Kardec, nos trouxe oportunas reflexões,
através dos espíritos, sobre as relações entre os seres vivos e o habitat e o
quanto um depende do outro. O homem começa a perceber, hoje, em face dos
alardes sobre o avanço da degradação do planeta, que não há como haver uma
produção ilimitada deles na biosfera, que é finita e limitada.
Em uma sociedade de consumo, como a
nossa, nenhum de nós se contenta apenas com o necessário. Cada um de nós é
responsável por tudo isso que está aí. O meio ambiente somos nós, o meio que
nos cerca e as relações que estabelecemos com ele. A boa convivência planetária
transcende ao gueto da fauna, flora e preservação. É muito mais que isso.
Na verdade, quando o planeta adoece,
nosso projeto evolutivo fica comprometido. Não é possível esperar a chegada do
mundo de regeneração indiferentes à tanta degradação. Pelos mecanismos da
reencarnação, se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água potável,
ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável, sem os flagelos previstos
pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa,
deveremos agir agora, sem perda de tempo.
Cremos
que após a atual pandemia, advirão outros paradigmas comportamentais da
humanidade, considerando que as novas gerações que estão chegando têm o firme
compromisso de estabilizar o equilíbrio na dinâmica da vida planetária, considerando
o momento de regeneração.