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  • 16 de out. de 2012

    COMO DEVEMOS ORAR?

    Olá, Jorge.
    Gostaria de submeter à sua avaliação esta oração que recebi.
    O que me parece é que há súplicas demais, e aquela visão de pecado como grande falta que comete o cristão, sobretudo o católico.
    Veja e diga o que acha.
    Abração.
    HHJJ



    Oração a São Geraldo Majela.
    Ó São Geraldo, celestial amigo dos infelizes, ao nos lembrarmos dos grandes milagres que operastes em vida, aumentados admiravelmente após a vossa preciosa morte, quer nos parecer que eles nos clamam: Confiança ! Confiança ! Tenham confiança !
    Bem sabemos que é grande o favor que pedimos e muito acima de nossos merecimentos. Reconhecemos até sermos mais dignos de castigos que favores; pois sem dúvida é justa a punição de nossos pecados, o bem que nos falta e as aflições e dificuldades que nos fazem suplicar. De certo, atraímos sobre nós e sobre aqueles que nos são caros a ira de Deus, transgredindo voluntariamente os preceitos divinos e permitindo que outros também o fizessem. Choramos agora todas as nossas culpas.
    Pedi, ó carinhoso São Geraldo, pedi ao bom pai celeste que nos perdoe. Ainda que seja justo sermos castigados por nossos pecados, afastai de nós e de nossos queridos os flagelos da justiça divina. Alcançai-nos, pelos méritos das sublimes virtudes que vos fizeram eterno amigo de Deus, a graça que com toda confiança pedimos por esta oração. Ó São Geraldo, nosso amigo, nosso milagroso benfeitor, rogai por nós a Jesus e Maria, e seremos certamente atendidos.




    HHJJ
    Bom  e atencioso amigo,
    Para respondê-lo recorro ao cap 28 do Evangelho Segundo o Espiritismo  onde Kardec adverte que na prece a forma nada vale, o pensamento é tudo. Portanto, que oremos cada um segundo nossas convicções e da maneira que mais nos toque. É óbvio que um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração.
    HHJJ meu amigão ,  recordemos sempre que os Espíritos nunca preceituaram uma fórmula incondicional de orações. Quando eles oferecem alguma sugestão de prece “pronta”, é apenas para afixar as ideias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos princípios da Doutrina Espírita. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas idéias, pois alguns há que não acreditariam ter orado realmente, desde que não formulassem seus pensamentos.
    O ínclito Codificador  publicou uma coletânea de preces, que se encontra inserto no cap 28 e representa uma escolha feita entre muitas que os Espíritos ditaram em várias circunstâncias.
    Explica Kardec, sobre o capitulo (coletânea de preces) que os Benfeitores podem ter ditado outras e em termos diversos, apropriadas a certas idéias ou a casos especiais; mas, pouco importa a forma, se o pensamento é essencialmente o mesmo. O objetivo da prece consiste em elevar nossa alma a Deus; a diversidade das fórmulas nenhuma diferença deve criar entre os que nele crêem, nem, ainda menos, entre os adeptos do Espiritismo, porquanto Deus as aceita todas quando sinceras.
    Adverte, ainda ,  o mestre lionês que não há, pois, considerar a  coletânea publicada no Evangelho como um formulário absoluto e único, mas, apenas, uma variedade no conjunto das instruções que os Espíritos ministram. E uma aplicação dos princípios da moral evangélica desenvolvidos no Evangelho, um complemento aos ditados deles, relativos aos deveres para com Deus e o próximo, complemento em que são lembrados todos os princípios da Doutrina.
    O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente. Nenhuma impõe, nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é sumamente grande para repelir a voz que lhe suplica ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus.
    Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade.
    Condição essencial à prece é que seja inteligível, a fim de que nos possa falar ao espírito. Para isso, não basta seja dita numa língua que aquele que ora compreenda. Há preces em língua vulgar que não dizem ao pensamento muito mais do que se fossem proferidas em língua estrangeira, e que, por isso mesmo, não chegam ao coração. As raras ideias que elas contêm ficam, as mais das vezes, abafadas pela superabundância das palavras e pelo misticismo da linguagem.
    A qualidade principal da prece é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que são meros adornos de lentejoulas. Cada palavra deve ter alcance próprio, despertar uma ideia, pôr em vibração uma fibra da alma. Numa palavra: deve fazer refletir.
    Somente sob essa condição pode a prece alcançar o seu objetivo; de outro modo, não passa de ruído. Entretanto, notemos com que ar distraído e com que volubilidade elas são ditas na maioria dos casos. Veem-se lábios a mover-se; mas, pela expressão da fisionomia, pelo som mesmo da voz, verifica-se que ali apenas há um ato maquinal, puramente exterior, ao qual se conserva indiferente a alma.
    É isso aí  meu amigo...
    Um abração
    Jorge Hessen