Caro Roberto Cury,
Tudo bem?
Como entendemos e
percebemos o Perri parece ser um homem
muito simples e bom de coração , tem o perfil para levar de vencida a
coordenadoria do Mov. Esp. Brasileiro.
Sobre o cansativo tema Roustaing, declarado que nunca fui rustenista e
pranteio os disparates que ele publicou,
contudo de uns tempos para cá, passei a
alimentar muita repugnância pelos
antirrustenistas. São azucrinantes, infelizes e agridem o Chico Xavier juntamente com a sua obra, exatamente porque alegam que Chico era rustenista de
coração, e eu respeito Chico Xavier,
logo os antirrustenistas acabam impurrando-nos , os não rustenista, para apreciadores de roustaing por uma questão de irreflexão desses fanáticos e
alucinados antirrustenistas.
Não aceder à obra
de Roustanig é direito que todos temos ,
todavia censurar Chico Xavier, Emmanuel,
Divaldo, Joana de Angelis por eles terem
aceitados as obras de Roustanig
é, no mínimo , despotismo ideológico, razão pelo qual
perguntei ao Perri, como resolver
a questão e ele deu uma resposta muito boa. Sabemos que o Movimento Espírita é
campo fértil à fascinação e à gênese de ideias advindas da pseudo-sabedoria,
por isso, cremos que a indulgência é necessária, embora sem a conivência. Respeitar ideias diferentes é
obrigação cristã, contudo e
obviamente, acatá-las, não
obrigatoriamente.
Exatamente por causa desses antirrustenistas que todos os
dias enviam-me um email espinafrando o Chico, Emmanuel, Andre Luiz, FEB que fiquei
esfalfado e deliberei escrever para enésima vez o tema , agora com palavras
acrimoniosas: Eis o link.
http://aluznamente.com.br/jesus-e-o-cardapio-de-virtudes-para-todos-os-espiritas/
http://aluznamente.com.br/jesus-e-o-cardapio-de-virtudes-para-todos-os-espiritas/
Prossigamos com ou sem Roustaing ,
mas com Chico Xavier sempre.
Forte abraço do amigo que lho admira muito.
Jorge Hessen
Caro Jorge Hessen
Estou deveras surpreendido com tua revelação de que
antirrustenistas andam atacando nosso querido Chico. Nunca imaginei isto. Até
porque o maior antirrustenista que conheci foi Herculano que foi excomungado
pela FEB e que sempre foi amigo particular de Chico e que por ocasião da descoberta,
por Herculano das adulterações do ESE e de O Livro dos Espíritos em edições
paulistas, as retaliações a Herculano só terminaram quando Chico entrou no
cenário com a carta recomendando a retirada das edições adulteradas e isto por
instância de Herculano.
Chico e Herculano têm alguns livros em comum e a amizade, o
respeito entre ambos é conhecido desde tempos imemoriais. Particularmente,
sempre ouvi Herculano dizer da doçura do Chico, da respeitabilidade dos seus
trabalhos mediúnico e caritativo, quando eu nem era espírita e nunca tinha
visto o mineiro senão naquele Pinga fogo na TV Tupi.
Conheci Chico aqui em Goiânia, quando por projeto do
deputado estadual Lúcio Lincoln de Paiva (falecido tempos depois) veio receber
um título de Cidadão goiano. Na Assembleia Legislativa foi impossível chegar,
mas pelas 4 horas da madrugada, lá no auditório do Colégio Araguaia, do
Professor Múcio, consegui apertar a mão do grande médium. Emocionado fiquei
quando me chamou pelo nome num reconhecimento que nunca imaginei pudesse
acontecer completando: - quanto tempo meu irmão, quanto tempo! Beijei sua mão e
ele beijou a minha. Fiquei mudo, tão tocado estava. Saindo lá para a rua, disse
para os dois casais que me acompanhavam: Amir Salomão David e Lucy, ele então
Presidente do Centro Espírita Amor e Caridade, da Rua 74/ Av. Independência e
Dr. Juarez Siqueira e dona Mércia, ele Juiz de Direito em Santa Helena de
Goiás. Lá fora, cheirei a palma de minha mão direita e disse: - Chico deixou um
perfume na minha mão. Tinham me antecedido nos cumprimentos ao Chico, e levaram
a mão respectiva ao nariz e disseram que também havia um perfume ali. rs .. Trocamos
as cheiradas nas mãos uns dos outros e constatamos surpreendidos que cada
perfume era diferente dos outros.
Voltei a ver Chico numa outra visita na Colônia Sta. Marta,
mas nem me deixaram chegar perto dele. Ainda assim ele me sorriu de longe, já
necessitado de ajuda para caminhar. Uns 5 anos antes da sua desencarnação
recebi um bilhete que ele me mandara através de dona Mércia que o visitara em
Uberaba, para que eu continuasse minha tarefa espírita.
Sim, estou surpreso ao extremo com o fato de antirrustenistas
atacarem o querido Chico e, sinceramente, só acredito porque tua palavra me é
sagrada. Jamais duvidei e nunca duvidaria de tuas afirmações. Mas, viesse de
outra pessoa veria com reservas, pois sou antirrustenista e adversário de tudo
o que já tentaram ou vierem atentar contra a pureza da Doutrina Espírita, mas,
de forma alguma, não posso admitir qualquer menção desairosa ao nosso Chico e,
tenho certeza absoluta, que Chico jamais comungou com qualquer dos desvios
inclusos em Os 4 Evangelhos de Roustaing. Exemplo ímpar da pureza e da inocência de Chico está no seu
afastamento da FEB quando esta adulterou "Brasil Coração do Mundo Pátria
do Evangelho". Quem possui a primeira edição dessa obra e a compara com as
edições posteriores descobre a adulteração.
A minha esperança de ver a FEB retornando a Kardec através
do novo Presidente é que me fez referir-me a ele daquela forma, sem laivos de
Roustaing. Havia depositado essa confiança em Nestor Masotti, mas, isto não
aconteceu, infelizmente.
Estivemos ombreados até agora em todas as frentes
doutrinárias e meu maior anseio é que continuemos assim para sempre. Conte comigo,
incondicionalmente pela defesa de Chico contra qualquer detrator seja das
lides, seja das trevas ou das lides a serviço das trevas.
Atacar Chico é atacar Jorge Hessen, Herculano e Roberto
Cury, também.
Não somos Cruzados porque não agredimos, nem guerreamos para
convencer ninguém à pureza da Doutrina, mas somos defensores dela e de todos
aqueles que a desenvolveram, especialmente, no Brasil, como Bezerra de Menezes
e Chico Xavier.
Fica com Deus, amigo+irmão=amigão querido.
Roberto.
Roberto, meu irmão
Estamos aprendendo. Tenho uma boa interlocução com
Herculano mas há muitos irmãos valendo-se
dele para espinafrar o Chico, Emanuel, Andre Luiz , Divaldo... Não sei por que, ou melhor,
devo saber, em parte. vejamos:
Não sou rustenista , porém,
toda vez que tentei escrever algo coisa a desfavor do advogado bordelense esbarrei nalgum entrave. Como percebo que os antirrustenistas aborrecem
o Chico Xavier , Emmanuel, Andre Luiz e como sou um admirador
das obras do Chico Xavier não poderia
entrar nesse banzé.
Recentemente analisei
o surpreendente acervo histórico
contido no livro da Suely Caldas
“Testemunhos de Chico Xavier”, e elegi vários trechos (em azul) em que
Chico não reprova o Roustaing. Essa é razão suficiente para também não
fazê-lo. Então prefiro não jogar lenha nessa fogueira em respeito absoluto ao
meu maior inspirador Chico Xavier,
embora o Herculano tenha descido o sarrafo contra Roustaing eu não teria alento , pois isso
seria agredir as convicções do nosso Chico Xavier que era um leitor e respeitava
as obras do Roustaing. Compreendeu? Você
, Roberto é sábio e sei que compreenderá minha prudência e respeito ao Chico
Xavier sobre o tema Roustaing..
E mais, a FEB não alterou a obra Brasil coração do Mundo
Pátria do Evangelho....
Leia abaixo os
trechos e números das páginas da obra da Suely e compreenderá o que estou
tentando dizer-lhe:
Agradeço-te
as notícias do retrato de André Luiz. (...) Aguardo, com justificado interesse,
o teu trabalho sobre “Kardec-Roustaing”. Deve ter sido um esforço exaustivo,
mas muito lindo, o de procurar notícias das
relações de ambos, nas publicações do “Espiritismo jovem”. Creio que
esse trabalho, do qual te ocupas agora, é de profunda significação para o nosso
movimento. Esperarei o “Reformador”, de outubro próximo, ansiosamente.
pag 87
Chico manifesta, em seguida, o seu interesse sobre o
trabalho que Wantuil faz sobre “Kardec-Roustaing”, em “Reformador” de 1946, e
tece comentários a respeito da pesquisa por ele efetuada. (*)
* Nota à 2* edição: “Kardec-Roustaing” é trabalho de autoria
de Ismael Gomes Braga, e não de Wantuil. Faz parte, todo ele, do livro “Elos
Doutrinários”, editado pela FEB.
Aguardo
tuas notícias novas sobre a revisão do “Roustaing”. Não te excedas nesse
serviço. Das 7 às 23 horas é demais. Resguarda teus órgãos visuais. Lembra-te
de que a tua família espiritual é hoje enorme.
pag 91
(...)
Aguardo com muito interesse a nova edição do “Roustaing”. Constituirá um grande
serviço à Causa da Verdade e do Bem, nos moldes de que me tens dado notícias.”
pag 94
“A Bem da Verdade”, de autoria de Henrique Andrade, é livro
de combate à obra “Os Quatro Evangelhos”, de J.-B. Roustaing. Quando Wantuil
informa a Chico quanto ao seu conteúdo, este desiste de lê-lo. Não porque fosse
um livro contrário a “Os Quatro Evangelhos”, mas, sim, porque não corresponde à
sua expectativa de encontrar em suas páginas “aspectos do assunto com
substância mais elevada”. O comentário de Chico Xavier é feito sem qualquer
laivo de crítica ferina, contundente ou depreciativa. Ele apenas lamenta que
não haja argumentos e conteúdo substancial no livro mencionado.
pag 94
Trecho de Roustaing em «Brasil»
“(...) Li a carta que o “Mundo Espírita”
publicou. Encomendemo-nos à Misericórdia Divina. Também como tu pedi ao Ismael
nada responder. Seria muito triste “lançar gasolina nesse fogo”. Há casos em
que todo comentário é difícil. Por minha vez, estranho o que ocorre, de tal
modo que só vejo uma saída: Levar o coração em silêncio para a casa da prece.”
(...)
“Não
te incomodes com a declaração havida de que o trecho alusivo a Roustaing, em
“Brasil”, foi colocado pela Federação. Quando descobrirem que a Casa de Ismael
seria incapaz disso, dirão que fui eu. De qualquer modo, eles falarão. O
adversário tem sempre um bom trabalho — o de estimular e melhorar tudo, quando
estamos voltados para o bem. (...)”
A previsão de Chico Xavier estava certa. Tanto a Casa de Ismael
quanto ele próprio foram e são acusados de terem colocado o trecho alusivo a
Roustaing, em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Chico Xavier não
era, porém, o ingênuo caboclinho — conforme certas acusações — a quem se
conseguiria facilmente ludibriar, enganar, mas, sim, o Missionário indicado
pelo Plano Espiritual Maior para dar continuidade Revelação progressiva da
Doutrina Espírita.
Com todas as suas aparentes limitações nessa encarnação,
advindas da falta de estudo e da ausência de relacionamento em um meio social
mais elevado, cultural e materialmente falando, no qual pudesse adquirir
experiência e traquejo, isto não impediria, contudo, que estivesse
suficientemente estruturado, interiormente, para se manter firme nos princípios
éticos e morais que compõem a sua personalidade.
Chico Xavier não era um mineirinho do interior, ingênuo e
desprevenido, desavisado; era sim, e é, uma pessoa pura de intenções, pura nos
seus ideais e na sua fé. Dentro dessa pureza, dessa integridade moral, admitir-se
que ele tivesse, em algum momento, feito concessões a quem quer que seja, em
detrimento da fidelidade a Jesus, da fidelidade doutrinária e da coerência
consigo mesmo, é um absurdo que expressa, da parte de quem faz tal tipo de
acusação, o total desconhecimento desse autêntico missionário que é Chico
Xavier.
Não se está fazendo apologia a pretensa infalibilidade de
Chico Xavier, pois infalível ele não o é, mas ressaltando que os valores
éticos, morais e espirituais que o identificam como verdadeiro apóstolo do Bem
respondem pela sua integridade moral e lhe constituem a carta de apresentação —
a “carta viva do Evangelho” a que Paulo nos convida a ser.
Assim é que, no início de sua tarefa mediúnica, vamos
encontrá-lo jovem e inexperiente, aparentemente simplório perante as coisas do
mundo, mas totalmente seguro e alicerçado nas suas conquistas espirituais
imperecíveis.
O conjunto dessa correspondência dará a público a verdadeira
dimensão de Chico Xavier.
pag 131 e 132
“Não
te incomodes (diz Chico a Wantuil) com declaração havida de que o trecho
alusivo a Roustaing em “Brasil”, foi colocado pela Federação. Quando
descobrirem que a Casa de Ismael seria incapaz disso, dirão que fui eu. De
qualquer modo, eles falarão.” Chico Xavier assume os riscos e sabe que tem
Wantuil de Freitas e toda a FEB ao seu lado. Identificados ambos, tomam a mesma
atitude: o silêncio.
Também aqui a mesma coerência de comportamento ante a
calúnia e as agressões. Sabe, de sobejo, que “todo comentário é difícil” e que
seria “muito triste lançar gasolina nesse fogo”. Mais uma vez afirma: “só vejo
uma saída: Levar o coração em silêncio para a casa da prece.” A magnífica lição
se repete e se repetirá, por muitas vezes, durante a sua vida.
Diante do alarido — o silêncio.
Diante da calúnia — a prece.
Diante da ofensa — o perdão.
Esse, igualmente, o procedimento adotado pela Casa de
Ismael, profundamente coerente com os ensinos evangélicos e com os verdadeiros
obreiros do Senhor.
Qualquer outra atitude que expresse revide, ali não encontra
ressonância.
Nenhuma defesa, nenhum revide.
Não há do que se defender.
pag 134
Chico confirma a Wantuil, por telegrama e por um bilhete,
que o original de “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” foi
“absolutamente respeitado” pela FEB no texto que fala em Roustaing.
pag 137
“Estou
muito contente com a partida dos teus rapazes para a Europa. Será um grande
serviço à nossa Causa a visita a Bordéus e Paris. Observador quanto é, Zeus
pode trazer muito material informativo edificante para nós no Brasil, mormente
no que se refere à obra de Roustaing. Também lastimo que o tempo dos dois
estimados viajantes seja tão curto lá.
pag 289
Minhas
felicitações pelo teu belo trabalho com a obra de Roustaing. Estás realizando
um serviço de grande importância para o nosso ideal. (...)”
Chico refere-se a Rocha Garcia, esforçado trabalhador da
Casa de Ismael, da qual era diretor. A pedido de Wantuil de Freitas, foi a
Pedro Leopoldo a fim de dar pessoalmente ao médium conhecimento dos horrores
que
pag 307
(...)
Tendo em alta conta e profunda estima a obra de Kardec e de Roustaing e dos
grandes pioneiros que foram Léon Denis, Flammarion e Delanne, ficaria muito
contente e agradecido se me desses a conhecer a estatística sobre a penetração
dos livros que nos legaram, em nossa Pátria, caso tenhas essa estatística com
facilidade Considero essa penetração muito importante para o trabalho de nossa
Consoladora Doutrina, no Brasil. (...)”
pag 312
Abraço cordial
Jorge Hessen
Jorge Hessen
Amigo de verdade, sempre amigo, sempre irmão, Jorge.
Li
atentamente e analisei cada uma das frases atribuídas a Chico que
trouxestes do Livro da Suely e, sinceramente, não divisei, em instante
algum, louvação de Chico a Roustaing. Volto a dizer que desconheço
antirustenistas malhando Chico, Emmanuel e André Luiz, mas, que a tua
palavra, para mim, me basta para crer que o terrível e lamentável fato
venha ocorrendo e com o qual não concordo absolutamente, não me incluo,
nem de leve, nem de corpo, muito menos de alma. Desde que conheci Chico
engajei-me na sua obra magnifica de Apóstolo do Brasil.
Emmanuel,
considero-o como o Apóstolo desencarnado, companheiro do Chico,
portanto, meu amigo, meu companheiro também, da mesma forma que te
considero não apenas um companheiro de jornada, mas, aquele amigo,
aquele irmão que, um dia, Deus permitiu estivéssemos juntos aqui,
lutando pela mesma Causa e pelos mesmos ideais, porque seríamos
confiáveis à Divina Providência.
André
Luiz tem servido, desde muito, de ponto referencial da minha conduta
como militante encarnado da Boa Causa e exemplo de recuperação
espiritual que me torna alegre a ponto de sentir-me capaz de atingir o
Plano Espiritual, quando de minha partida, em face de que aqueles vícios
que ele tinha na encarnação, não os tenho tornando a luta mais fácil
para a correção dos erros de comportamento e dos equívocos que ainda
cometo pela minha ignorância.
Como
agredir qualquer um destes luminosos espíritos, extremamente humildes
apesar da grandiosidade? Exemplos de amor a Deus e aos homens, quem
tentar atingir qualquer deles, ou é espírito mal ou potencialmente
candidato a anticristo, porque todo aquele que ferir a um só dos
seguidores do Mestre de Amor, a Ele estará ferindo.
Para
mim, todas as referências de Chico foram à obra Kardec/Roustaing, para
comparação e para diferenciação, naquela máxima de que devemos ler tudo e
analisar o que é bom, extirpando o mal.
Não
consigo entender de forma diferente disso, porque mesmo não concordando
com Roustaing, reconheço que há boas passagens naqueles 4 evangelhos.
Saiba,
também, que se te ofendes ou se te sentes dolorido com as "agressões" a
Chico a Emmanuel e a André Luiz, tens em mim um companheiro porque,
também, me atingem no âmago com lança aguda a causar-me lancinante dor.
Exemplifiquemo-nos no Cristo que tudo sofreu sem um só lamento e ainda rogou ao Pai perdoar-lhes porque não sabiam o que faziam.
Perdoemos
aos detratores porque infelizmente cavam a própria dor e continuemos
nossas tarefas até que o anjo da compaixão venha nos colher no jardim
terreno para nos levar ao Jardim da Celestialidade.
Fica com Deus, amigão, irmãzão.
Roberto.
Assunto debatido em decorrência da publicação do meu texto abaixo:
Propaga-se colericamente nos meios de comunicação, mormente na Internet, e temos recebido diariamente mensagens enfurecidas de condenações contra Chico Xavier, Divaldo Franco, Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis, FEB. Evoca-se com “tosse comprida” o imperativo do CUEE – Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos. Tais iracundos juízes (maníacos antirrustenistas, antifebianos) impugnam a legitimidade dos temas abordados por Emmanuel, André Luiz, Joana de Angelis e outros tendo em vista as suas mensagens serem advindas de um único médium. Pasmem! Os “cautelosos espíritas” vociferam citações do tipo, “não acolhemos nada fora da Codificação”. Hasteiam a flâmula de “Phd’s” do espiritismo (com minúsculas mesmo!), ou seja: certamente “kardequeologistas” com pós-graduação nas universidades das regiões subcrostais ou submundo do além.
Ora, que alcance teriam os ditados de André Luiz, Joanna de Angelis ou Emmanuel, com suas revelações, se elas fossem contraditadas, tanto pelos Benfeitores, quanto pela liderança espírita mundial? O bom senso nos convida a raciocinar o seguinte: se um Espírito assegura um conceito de um lado, enquanto milhões de pessoas dizem o contrário algures, a presunção da verdade não pode estar com aquele (encarnado ou desencarnado), cuja opinião é única, contrariando as demais. Isso é elementar, meu caro Watson! Como diria Sherlock Holmes(1).
Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso criterium de controle universal. Ora, pretender ser o único a ter razão, contra todos, seria tão ilógico advindo de um Espírito, quanto da parte de um encarnado, o que não é o caso em discussão, ou seja, não sucede rejeição na Terra das obras do Chico Xavier ou do Divaldo. Em verdade as mensagens de André Luiz, Emmanuel, Joanna não caíram e nunca desmoronarão ante o movimento espírita mundial.
No auge do desvario, recriam o Controle Universal dos Espíritos e, para tais diplomados, essa é a única forma de se aceitar, com boa margem de segurança, os ensinamentos provenientes, sobretudo, das obras de Chico Xavier. (!?) Por que essa prevenção contra o “Maior Brasileiro da História”?
Recheiam suas fanfarrices dizendo que apesar de o Espiritismo ter sido introduzido no país por membros da “aristocracia dominante”, no século XIX, houve, desde o início, forte junção da Doutrina com as religiões, principalmente, a umbanda e o catolicismo. Para os pós-graduados das cerrações, tanto os livros psicografados pelo Chico Xavier, quanto os do Divaldo Franco oferecem mensagens que nada adicionam e, até, contradizem o Espiritismo. Empapados de fértil imaginação e reduzidos de raciocínio, dizem que todo o processo mediúnico do extraordinário médium mineiro foi plasmado por um “misticismo” católico, que, imediatamente, os diretores da Federação Espírita Brasileira (FEB) aproveitaram. Com tal misticismo, vislumbraram um meio de divulgar um Espiritismo que fosse aceito pela sociedade brasileira que, então, era católica em sua esmagadora maioria.
O que está escamoteado, sob essa necrotizante altercação, é, nada mais, nada menos, o aspecto , digamos, “religioso” do Espiritismo coordenado pela FEB e tonificado pelo “Mineiro do Século” na sua prática mediúnica. Tais vítimas da obsessão carecem decididamente entender que a concepção do Espiritismo como um convite à prática do Evangelho é , no mínimo, abarcar o Espiritismo na sua mais evidente missão.
A frequência com que tal discussão tem acontecido, no âmbito do movimento espírita, é azucrinante e cansativa , estéril e alienante. Para os tantãs, a postura religiosa , Xavieriana, tem um estilo cerceador sobre o desenvolvimento do Espiritismo, enquanto filosofia.(!?) Meus Deus! Quanto pitiatismo!
Tais “progressistas” regurgitam que é urgente fugir do “Jesus Católico”, do religiosismo, do igrejismo enraizados nos centros espíritas. É preciso transformá-los em academias de kardequilogistas diplomados. Oh! Irrisão!
É necessário que o visgo da insensatez desgrude da mente desses progressistas de coisa nenhuma e recordá-los que o Espiritismo sem Jesus pode alcançar as mais extravagantes expressões acadêmicas, porém não passará de atividade fadada a decompor-se, desintegrar-se, como todas as usurpações filosóficas da Terra. Engulam ou não, Jesus Cristo é o magnífico cardápio de virtudes para todos os espíritas. Nada se compara ao excelso amor que o Cristo dispensa à Humanidade. Não temos parâmetros para ajuizarmos a Sua ingente autoridade para a Terceira Revelação, até porque a Sua transcendente culminância se perde na tenebrosa neblina indevassável dos bilhões de anos de Seu labor.
Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br
Nota:
(1) Personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan