BLOG E SITES

  • LEITORES
  • 17 de jun. de 2013

    REFLETINDO SOBRE A MEDIUNIDADE

    Jorge Hessen

    Prezado amigo e irmão Jorge
    Todos nós somos médiuns  mas já participei de algumas reuniões mediúnicas, sem conseguir me sintonizar com algum irmão desencarnado. Gostaria muito de falar com os meus irmãos desencarnados. Como conseguir essa faculdade? Como desenvolver minha mediunidade?. Gostaria muito de servir ao meu próximo com esse procedimento..
    Muita paz!


    Muita paz!
    A mediunidade é potencializada na medida em que exercitamos a sua educação. Mediunidadee é questão fenomênica é acessória e não constitui ponto essencial para as propostas doutrinárias. São muito poucas as casas espíritas que se podem entregar ao exercício da mediunidade. 
    Para melhor compreendermos os objetivos da mediunidade nos seus matizes básicos, temos que separar, com discernimento, o exercício mediúnico, dos postulados Espíritas e definirmos fenômeno, por elemento material de análise e Espiritismo, como a base teórica que esclarece os fenômenos. 
    Esse comportamento é para nos libertarmos das fantasias, mitos e crendices. Em face disso, ressaltamos a urgente necessidade do estudo continuado do Livro dos Médiuns, um compêndio insuperável para o entendimento da sensibilidade mediúnica.
    A palavra médium advém do latim, médium, ou seja: meio, intermediário. Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens . Incorreremos em grave distorção doutrinária se concluirmos que todos nós somos mais ou menos médiuns no sentido restrito e usual da palavra, ou seja, se julgarmos que todos podem produzir manifestações ostensivas, tais como psicofonia, psicografia, efeitos físicos, etc.. 
    Um aspecto central, relativo à natureza da mediunidade é que o desenvolvimento da mediunidade não guarda proporção com o desenvolvimento moral dos médiuns. A faculdade propriamente dita prende-se ao organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium. 
    Infere-se, do exposto, que mediunidade (ostensiva) é faculdade especial que certas pessoas possuem para servirem de intermediárias entre os Espíritos e os homens. É de origem orgânica e independe da condição moral do médium, de suas crenças, de seu desenvolvimento intelectual.
    Não há senão um único meio de constatar a existência da faculdade mediúnica em alguém: a experimentação. Ou seja, só poderemos saber se uma pessoa é médium, observando se ela é, efetivamente, capaz de servir de intermediária aos Espíritos desencarnados. Isso, naturalmente, remete-nos à importante questão do estudo metódico e educação da mediunidade. O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade de assimilação das energias dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando existir um relacionamento fluídico entre o médium e o espírito comunicante; caso contrário, não há fórmula sacramental para desenvolver esse dom de Deus.
    Incorre em erro grave quem queira forçar, a todo custo, o desenvolvimento de uma faculdade que ainda não aflorou, pois, como sabemos todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas. Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade? Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade . E reitera: A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual. 
    Estejamos, pois, vigilantes quanto à aplicação prática da mediunidade, lamentavelmente, tão mal conduzida em nossas hostes. As pessoas quando procuram os centros espíritas, cedo ou tarde, são encaminhadas, irrefletidamente, às chamadas reuniões de desenvolvimento mediúnico, antes mesmo de se evangelizarem ou nem mesmo apresentarem indícios rudimentares dessa faculdade. Os orientadores argumentam que, se são pessoas que apresentam desequilíbrios múltiplos de saúde que desafiam a perícia médica, ou se revelam distúrbios de comportamento que, de alguma forma, fogem aos costumes estipulados pela sociedade, devem entregar-se, imediatamente, ao desenvolvimento da mediunidade, o que é um absurdo. Sugerem, ainda, que, se alguém tem grande interesse pelo Espiritismo, ela tem todas as condições para o exercício do sublime mandato mediúnico, incorrendo em outro grande erro.
    Recordemos, porém, que a educação mediúnica promovida nos centros espíritas não deve, jamais, ser entendida como aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade, mas, exclusivamente, como aperfeiçoamento e norteamento eficaz para o equilibrado das faculdades brotadas naturalmente, o que conduz ao aperfeiçoamento moral do médium por meio do estudo sério e de seus esforços continuados para o ajuste de suas práticas às recomendações evangélicas.
    Os médiuns que fazem mau uso de suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as conseqüências dessa falta? Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e não o aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso.
    O exercício da mediunidade nas tarefas espíritas exige larga disciplina mental, moral e física, assim como grande equilíbrio das emoções.  Portanto, a mediunidade mal exercida significará sofrimento para o médium, pois, a invigilância por falta de conhecimento prévio de seus mecanismos, fatalmente, o conduzirá à confusão, à dúvida, à mentira, insuflando o egoísmo, o orgulho, a vaidade e o personalismo. Mediunidade sem estudo sério da doutrina e sem Jesus sedimenta a emissão de forças mentais deletérias, abrindo espaço à perseguição dos Espíritos que insistem em permanecer nas trevas.
    Grande abraço
    Jorge Hessen