Bom dia meu bom amigo Jorge Hessen,
O amigo sabe de alguma fonte bibliográfica que esclareça que não é imprescindível
a utilização de médiuns de psicofonia para o socorro aos espíritos
desencarnados, mas de forma direita e não subentendida, haja vista, essa
atividade sempre ter sido realizada pela Espiritualidade Superior em todas as
épocas da humanidade, levando-se em consideração que o Espiritismo tem pouco
mais de 150 anos.
Abraço!
XCV
Caro XCV,
Seu raciocínio para minha convicção pessoal é perfeito e legítimo. Jamais
seria indispensável a psicofonia para efeito de socorro direto aos desencarnados
em sofrimento. Isso sempre foi levado a efeito NO e PELO plano fora da
matéria em todos os períodos da humanidade. Certa vez Manoel Quintão , diretor
da FEB indagou o Espírito Emmanuel sobre assunto correspondente e a FEB resolveu
publicar as respostas dos questionamentos através da obra intitulada “O Consolador”, notemos as três seguintes reflexões:
Na pergunta 371 foi
inquirido ao Mentor de F.C Xavier se deveriam ser intensificadas no Espiritismo as sessões mediúnicas.
Para
Emmanuel são raros, os centros espiritistas que se podem entregar conscientemente
à mediunidade com melhor consciência sobre
a tarefa fenomênica; motivo pelo qual Emmanuel
aconselha a implantação e manutenção de reuniões de estudos,
meditação (mentalizações ou orações ) e debates constantes sobre as inferências morais imperiosas no grupo
espírita, a fim de que inúmeros centros
bem-intencionados não se afastem de Kardec por desânimo ou ignorância, tendo como causa um prematuro intercâmbio
com as forças do além.
A seguir, na questão 375, reforçando a questão anterior indagou-se ao
Mentor se os grupos espiritistas podem ser estabelecidos sem a ajuda dos médiuns e da mediunidade ostensiva. Emmanuel
não se fez de rogado e explicou com palavras diretas e muito objetivas: “Nas
reuniões doutrinárias, os médiuns são úteis, MAS NÃO INDISPENSÁVEIS. Explica o mentor que todos somos médiuns (ainda
mesmo sem tarefas definidas). (grifei) Visto por este prima um trabalho de
desobsessão pode e deve ocorrer por “lá”.
Aliás, no livro Libertação observa-se que
há um grupo de trabalho desobsessivo no além, realizando um serviço extremamente complicado de
subjugação de um afilha de um juiz encarnado (você deve se lembrar bem dos Gregório’s e dos Sandanha’s – protagonistas das trevas,
segundo narra o livro citado).
Aproveitando o tema recorro ainda à pergunta 393de O Consolador
onde Emmanuel comenta sobre a obsessão considerando-a como uma prova
inevitável e jamais um “acidente”.
Para ele a obsessão é sempre uma prova, nunca um acontecimento eventual. No seu
exame, contudo, precisamos considerar os
méritos da vítima e a dispensa da misericórdia
divina a todos os que sofrem. Para
atenuar ou afastar os seus efeitos, é imprescindível o sentimento do amor universal no coração daquele que fala em nome
de Jesus. Não bastarão as fórmulas doutrinárias.
É indispensável a dedicação, pela fraternidade mais pura.
Os que se entregam à
tarefa da cura das obsessões precisam ponderar, antes de tudo, a necessidade de iluminação interior do médium
perturbado, porquanto na sua educação espiritual
reside a própria cura. Se a execução desse esforço não se efetua, tende cuidado, porque, então, os efeitos serão
extensivos a todos os centros de força orgânica
e psíquica. O obsidiado que entrega o corpo, sem resistência moral, as entidades ignorantes e perturbadas, é como o
artista que entregasse seu violino precioso
a um malfeitor, o qual, um dia, poderá renunciar à posse do instrumento que lhe
não pertence, deixando-o esfacelado, sem
que o legítimo, mas imprevidente dono, possa utilizá-lo nas finalidades
sagradas da vida.
Meu amigo, poderia discorrer um pouco mais, porém com a simplicidade dos esclarecimentos acima
creio que você está cobertíssimo de razão consoantes arrazoados a mim enviados.
Forte a respeitoso abraço
Jorge Hessen