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  • 30 de set. de 2009

    SENTIMENTO DE POSSE




    Antônia: Caro Jorge 


    Jorge Hessen: Prezada Antônia

    Antônia: Gostaria de saber quem não passou pelas agruras da paixão, do ciúme. Tudo isso porque ainda temos um sentimento possessivo pelo outro. 


    Jorge Hessen: Estou convicto de que o sentimento possessivo que alguém manifesta em relação à pessoa que ama, tem como causa primeira a depreciação de si mesmo, menosprezo, esse, movido por extrema insegurança emocional ou por algum distúrbio psicológico. Quanto mais inseguro, mais possessivo se é. Quem demonstra ciúme exagerado por alguém, alimenta, na imaginação, a infidelidade do ser amado e crê, verdadeiramente, nesses quadros psicóticos que engendra. Isso não é apenas amor, é doença, também.

    Antônia: O outro faz parte de nossas aquisições. Isto é um sentimento difícil de lidar. Não conseguimos amar com sublimação.  


    Jorge Hessen: Eis um tremendo engano, pois, “aquisição” significa tomar posse de alguma coisa. Logo, minha irmã, ninguém adquire uma pessoa, como se fosse um objeto qualquer. Os instintos primários que ainda predominam em alguns seres é que dão uma feição deturpada do verdadeiro amor que nada exige.
    Ninguém precisa ser “santo” para amar com sublimação, bastando, apenas, entender o amor como o mais nobre impulso libertador e não um fenômeno degenerativo. 


    Antônia: Vejo que mesmo entre casais espíritas existem problemas dessa ordem. Não há uma confiança cristã. Um dos parceiros sofre uma ingerência sentimental que às vezes insuportável para conviver. 


    Jorge Hessen: Ninguém é obrigado a uma convivência insuportável, mesmo porque, são infinitas as agressões. No contexto que ora analisamos, “o amor tem infinita capacidade de compreender e de tolerar, de ser franco e honesto, nunca diminuindo, quando em dificuldades, por dispor de recursos nobres para eliminar os impedimentos e incompreensões.” (Divaldo Franco, em Vidas: desafios e soluções. Pelo Espírito Joanna de Angelis) 


    Antônia: Mas estamos em um planeta de expiação e prova. Analiso que um ou outro leva com certo heroismo nessa acirrada batalha silenciosa passional.

    Jorge Hessen: Ser humano perfeito não existe neste mundo de provas e expiação, mas nada nos impede que exercitemos o autocontrole, pois cada etapa vencida engrandece o nosso espírito. “Aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros.” (Mahatma Gandhi) 
    Fraternalmente,
    Jorge Hessen 





    Acredito que somente por meio de muita consciência evangélica em que cada um vive com respeito ao outro sem preocupar de como a reciprocidade acontecerá ou não no que diz respeito de exigências amorosas o ser humano viverá tranquilo, em paz em harmonia consigo e com o outro. Abraços. Antônia


    Fraternalmente 
    Jorge Hessen
    http://jorgehessen.net
    http://espiridigi.net (O ESPIRITISMO NA ERA DIGITAL)