R. Maria: Amigo, Jorge,
Solicito sua ajuda para fins de conhecimentos materias sobre as questões nº 50 e 51 dos Livros dos Espíritos.
Certa de ser atendida, agradeço,
com carinho,
R. Maria
Jorge Hessen: Prezada irmã
Na minha opinião, os itens 50 e 51 de O Livro dos Espíritos são muitíssimo claros. Provavelmente, você deve estar concluindo que as respostas dos Espíritos a Kardec estejam em oposição ao que a Bíblia relata.
Não, minha irmã, as respostas não estão em contradição com o texto do livro sagrado, pois que, se analisarmos, cuidadosamente, as revelações nele contidas, verificaremos que a própria Bíblia se contradiz, ou melhor, afirma, em outro momento, o que os Espíritos revelam a Kardec sobre a Criação, senão vejamos:
Em O Livro dos Espíritos, temos: “O homem, cuja tradição se conservou sob o nome de Adão, foi um dos que sobreviveram, em certo país, após alguns dos grandes cataclismos que, em épocas diversas, perturbaram a superfície do globo e veio a ser o tronco de uma das raças que hoje o povoam.”
Em A Bíblia Sagrada, temos: “Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. ......... Retirou-se Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.......... E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque.”
Ora, como poderia Caim encontrar uma mulher, se a Bíblia diz que Adão e Eva foram os primeiros a povoarem a Terra? Quem deu origem a essa outra mulher? Saiu, milagrosamente, das mãos de Deus, em algumas horas, ou a existência humana surgiu, pela Sua vontade, mas segundo a lei das forças da Natureza, em alguns milhões de anos?
Como vê, minha irmã, a espécie humana não começou por um só homem, e Adão não foi o primeiro, nem o único a povoar o nosso planeta.
Creio ter sido essa a sua dúvida, pois, do contrário, sinceramente, não vejo razão para qualquer outro questionamento. De qualquer forma, minha irmã, torne a me escrever se me equivoquei sobre o que desejou saber.
Muita Paz!
Fraternalmente,
Jorge Hessen