A......: Irmão Jorge,
Concordo com vc em alguns pontos. No que diz respeito a pompa dada a vinda de alguns palestrantes... isso é certo. Mas quem disse que ser espírita é ser humilde. São duas coisas bem diferentes. Como o caso de ser espírita e ser comprometido com a causa a ponto de dispor-se a ajudar espontaneamente. Aí é que são elas. Nossa casa, por exemplo, tem vários trabalhadores e poucos associados. E desses associados, alguns só contribuem aleatoriamente... E as contas chegam todo mês.
Quando se trata de obra faraônica para satisfazer o orgulho, é uma coisa... a outra é fazer uma obra para atender àqueles que procuram a casa... pois que esta casa já passa por uma pressão antecedente e que, precisa ser resolvida. E porque não fazer uma obra que dê um mínimo de condições para as pessoas que aqui frequentam... prevendo esmo uma pressão maior. Visto que a cada dia chegam mais pessoas a serem acolhidas.
Tudo pode ser confraternização. Você tem razão. Mas, uma confraternização é bem diferente da outra. Numa você pouco conversa, pois que tem uma tarefa a cumprir e na hora aprazada. Noutra você conversa à vontade, sorri, troca idéias... Onde as pessoas deixam de ser colegas de trabalho e se tornam amigos, irmãos.
Bem, aposto como vc vai continuar sem concordar. Realmente temos pontos de vista diferentes. Mas isso não deve nos preocupar... somos todos diferentes em nossas igualdades, e iguais em nossas diferenças.
Um grande abraço. E feliz páscoa!
A.........
Jorge Hessen: Prezada irmã
“Todas as almas veneráveis da humanidade possuíam a possuem plena consciência de que falar de humildade não torna ninguém humilde. Ela não está confinada a uma única religião; ao contrário, é acessível a todos os seres; contudo, só se deixa penetrar por aqueles que têm ‘simplicidade de coração e humildade de espírito”.
Portanto, minha irmã, quando você diz: “Mas quem disse que ser espírita é ser humilde”, eu estranho, porque, dessa forma, você está generalizando. Creio que sua intenção foi dizer: “Mas quem disse que todo espírita é humilde”. Quem se diz espírita, segundo os Benfeitores e “não destrói, pouco a pouco, os altares erguidos ao orgulho, e permanecem insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para nos depurar e nos renovar os sentimentos, menospreza a santa e divina moral do Cristo”. No meu entendimento, ser um verdadeiro espírita é ser humilde ou ter atitudes de humildade, pois aquele que, ainda, não é, um dia, haverá de ser, por amor ou pela dor.
Conscientizar os adeptos das necessidades básicas que um Centro exige para recebê-los, adequadamente, não é tarefa fácil, mas possível, desde que, persistentemente, sugeridas com amor e humildade no atendimento fraternal, o que não diminui, de forma alguma, as virtudes de quem solicita a compreensão de todos.
Quanto ao seu argumento seguinte, peço-lhe que releia, com mais atenção, o email anterior que lhe enviei, pois, nele, não me posicionei contrário às obras que são “necessárias” a qualquer Centro Espírita que esteja necessitando de melhores acomodações, porém, que sejam planejadas dentro de total simplicidade e que se tenham recursos suficientes para a concretização de tais obras, obviamente. Que podem ser obtidos através de campanhas doutrinariamente corretas. Nessa tarefa, – e aqui vai o meu elogio particular às mulheres – elas têm um poder de convencimento muito maior do que os homens. Quantas eu sei que partem em grupo de três ou quatro, e vão em casas de materiais de construção, pedindo doação disso ou daquilo para obras de caridade; outras, em lojas populares de tecido, para confecção de roupinhas de bebês de mães carentes; outras, pedindo doações em lojas de brinquedos para serem distribuídos no Natal das crianças pobres, etc. E o mais curioso é que elas conseguem sensibilizar, até, os corações mais resistentes à caridade. Quando fazem alguma campanha digna e útil aos mais necessitados então... Um pouco aqui e um tanto acolá acaba sendo o necessário que precisamos para atingir a meta idealizada.
É verdade, minha irmã, não se pode esperar que o dinheiro caia do céu. A peregrinação dessas mulheres e o trabalho de outras tantas que confeccionam verdadeiras artes manuais para serem vendidas às pessoas de suas relações mais íntimas, na intenção de angariar fundos para o Centro onde frequentam, é algo, incrivelmente, fantástico. É óbvio que inúmeros são os homens que estão à frente de grandes feitos em prol do Centro onde frequentam, mas somos obrigados a reconhecer que as mulheres são bem mais atuantes.
O trabalho de um Centro Espírita não pode ser comparado a outro ofício qualquer, pelo qual se recebe um salário por serviços prestados. Em tais ofícios, sim, convivemos com “colegas de trabalho”, muito embora possamos fazer, ao longo dos anos, alguns poucos e verdadeiros amigos. Em uma Casa Espírita, ao contrário, os trabalhadores que lá se encontram têm, por conseguinte, um único fim útil, ou seja, a caridade pura e desinteressada, não havendo necessidade de se confraternizar por meio de encontros festivos. Ora se na convivência diaria não se confraternam os trabalhadores de um Centro a lógica nos obriga a afirmar que não será com encontros festivos que isso se dará. Se estamos bem esclarecidos pela própria doutrina - faz com que todos estejam, naturalmente, irmanados em todos os momentos de convivência.
Como vê, nosso pensamento não é concordante em tudo, mas o é em alguns aspectos. O importante, em um intercâmbio de idéias, é não ser agressivo e nem ter a pretensão de mudar convicções, muito embora isso possa acontecer.
Veja como são as coisas: não precisei estar em uma “confraternização” festiva para tê-la como amiga e irmã.
Um excelente domingo para você, junto aos seus familiares.
Fraternalmente,
Jorge Hessen
Concordo com vc em alguns pontos. No que diz respeito a pompa dada a vinda de alguns palestrantes... isso é certo. Mas quem disse que ser espírita é ser humilde. São duas coisas bem diferentes. Como o caso de ser espírita e ser comprometido com a causa a ponto de dispor-se a ajudar espontaneamente. Aí é que são elas. Nossa casa, por exemplo, tem vários trabalhadores e poucos associados. E desses associados, alguns só contribuem aleatoriamente... E as contas chegam todo mês.
Quando se trata de obra faraônica para satisfazer o orgulho, é uma coisa... a outra é fazer uma obra para atender àqueles que procuram a casa... pois que esta casa já passa por uma pressão antecedente e que, precisa ser resolvida. E porque não fazer uma obra que dê um mínimo de condições para as pessoas que aqui frequentam... prevendo esmo uma pressão maior. Visto que a cada dia chegam mais pessoas a serem acolhidas.
Tudo pode ser confraternização. Você tem razão. Mas, uma confraternização é bem diferente da outra. Numa você pouco conversa, pois que tem uma tarefa a cumprir e na hora aprazada. Noutra você conversa à vontade, sorri, troca idéias... Onde as pessoas deixam de ser colegas de trabalho e se tornam amigos, irmãos.
Bem, aposto como vc vai continuar sem concordar. Realmente temos pontos de vista diferentes. Mas isso não deve nos preocupar... somos todos diferentes em nossas igualdades, e iguais em nossas diferenças.
Um grande abraço. E feliz páscoa!
A.........
Jorge Hessen: Prezada irmã
“Todas as almas veneráveis da humanidade possuíam a possuem plena consciência de que falar de humildade não torna ninguém humilde. Ela não está confinada a uma única religião; ao contrário, é acessível a todos os seres; contudo, só se deixa penetrar por aqueles que têm ‘simplicidade de coração e humildade de espírito”.
Portanto, minha irmã, quando você diz: “Mas quem disse que ser espírita é ser humilde”, eu estranho, porque, dessa forma, você está generalizando. Creio que sua intenção foi dizer: “Mas quem disse que todo espírita é humilde”. Quem se diz espírita, segundo os Benfeitores e “não destrói, pouco a pouco, os altares erguidos ao orgulho, e permanecem insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para nos depurar e nos renovar os sentimentos, menospreza a santa e divina moral do Cristo”. No meu entendimento, ser um verdadeiro espírita é ser humilde ou ter atitudes de humildade, pois aquele que, ainda, não é, um dia, haverá de ser, por amor ou pela dor.
Conscientizar os adeptos das necessidades básicas que um Centro exige para recebê-los, adequadamente, não é tarefa fácil, mas possível, desde que, persistentemente, sugeridas com amor e humildade no atendimento fraternal, o que não diminui, de forma alguma, as virtudes de quem solicita a compreensão de todos.
Quanto ao seu argumento seguinte, peço-lhe que releia, com mais atenção, o email anterior que lhe enviei, pois, nele, não me posicionei contrário às obras que são “necessárias” a qualquer Centro Espírita que esteja necessitando de melhores acomodações, porém, que sejam planejadas dentro de total simplicidade e que se tenham recursos suficientes para a concretização de tais obras, obviamente. Que podem ser obtidos através de campanhas doutrinariamente corretas. Nessa tarefa, – e aqui vai o meu elogio particular às mulheres – elas têm um poder de convencimento muito maior do que os homens. Quantas eu sei que partem em grupo de três ou quatro, e vão em casas de materiais de construção, pedindo doação disso ou daquilo para obras de caridade; outras, em lojas populares de tecido, para confecção de roupinhas de bebês de mães carentes; outras, pedindo doações em lojas de brinquedos para serem distribuídos no Natal das crianças pobres, etc. E o mais curioso é que elas conseguem sensibilizar, até, os corações mais resistentes à caridade. Quando fazem alguma campanha digna e útil aos mais necessitados então... Um pouco aqui e um tanto acolá acaba sendo o necessário que precisamos para atingir a meta idealizada.
É verdade, minha irmã, não se pode esperar que o dinheiro caia do céu. A peregrinação dessas mulheres e o trabalho de outras tantas que confeccionam verdadeiras artes manuais para serem vendidas às pessoas de suas relações mais íntimas, na intenção de angariar fundos para o Centro onde frequentam, é algo, incrivelmente, fantástico. É óbvio que inúmeros são os homens que estão à frente de grandes feitos em prol do Centro onde frequentam, mas somos obrigados a reconhecer que as mulheres são bem mais atuantes.
O trabalho de um Centro Espírita não pode ser comparado a outro ofício qualquer, pelo qual se recebe um salário por serviços prestados. Em tais ofícios, sim, convivemos com “colegas de trabalho”, muito embora possamos fazer, ao longo dos anos, alguns poucos e verdadeiros amigos. Em uma Casa Espírita, ao contrário, os trabalhadores que lá se encontram têm, por conseguinte, um único fim útil, ou seja, a caridade pura e desinteressada, não havendo necessidade de se confraternizar por meio de encontros festivos. Ora se na convivência diaria não se confraternam os trabalhadores de um Centro a lógica nos obriga a afirmar que não será com encontros festivos que isso se dará. Se estamos bem esclarecidos pela própria doutrina - faz com que todos estejam, naturalmente, irmanados em todos os momentos de convivência.
Como vê, nosso pensamento não é concordante em tudo, mas o é em alguns aspectos. O importante, em um intercâmbio de idéias, é não ser agressivo e nem ter a pretensão de mudar convicções, muito embora isso possa acontecer.
Veja como são as coisas: não precisei estar em uma “confraternização” festiva para tê-la como amiga e irmã.
Um excelente domingo para você, junto aos seus familiares.
Fraternalmente,
Jorge Hessen