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  • 8 de abr. de 2011

    COMENTÁRIOS SOBRE A FAMILIA

    Geraldo Magela Miranda(*)

    Essa comparação entre as antigas e atuais famílias é interessante. Parecia haver maior proximidade, referência, entre os entes das mais antigas.
    Creio que com a disponibilidade tecnológica de hoje, o que aconteceu foi um certo distanciamento dos corações. Já há alguns anos uma amiga (separada) me contava que ficava à noite em casa com as duas filhas, cada qual no seu quarto, assistindo a um programa em sua própria televisão – muitas vezes o mesmo programa, dando as mesmas gargalhadas.
    Atualmente, ainda mais, o mundo vem até onde você está.Fala-se muito por correio eletrônico, blogs, facebooks, redes sociais, enfim, conversamos através de um canalvirtual. A voz, nesse espaço, é pouco ouvida. Os jovens sabem manipular aparelhos eletrônicos como nunca, parecendo até que nasceram com um celular ou computador nas mãos. É incrível essa geração.Estão “ twitando” a torto e a direita.
    É uma caretice conversar a respeito de fraternidade, espiritualidade e coisas do tipo com esses “ meninos”.
    Corre-se o risco de ser entendido como maluco, travado na mente ou coisa parecida. Isso é meio paradoxal pra mim, pois a espiritualização deveria estar numa ascendente com o passar do tempo e o que parece haver é um distanciamento dessa linha.
    Parece que a relação humana, pura e simples, cedeu muito espaço a esse mundo material-virtual em que não preciso ouvir sua voz ou olhar pra você. Dia desses, fazendo uma compra num site (observe a virtualidade), troquei várias mensagens com uma mulher na Escócia, cuja voz, fisionomia e caráter não faço a menor ideia de como seja. Sei apenas que se chama Lynda. A rede permite isso. Uma pessoa que mais do queprovavelmente nunca verei ou conhecerei, está muito ao meu alcance, como se estivesse numa loja da esquina. Isso ficou muito facilitado, é verdade.
    Tenho dois filhos, uma de 19 e outro de 14 anos, fazendo 15 em junho. E lhe digo que é trabalhoso repassar os valores reais que enxergamos na vida. Estão expostos a todo tipo de concepção e influência que esse mundo vem mostrando. Mas tem que ser um trabalho contínuo, e sempre digo a eles que essa é a tarefa que Papai do céu me concedeu: ser pai deles, e pai tem que cuidar direito, não com proteções desmedidas e descabidas, mas é preciso protegê-los de influências equivocadas a que estão expostos, justamente para preservar a célula-máter.
    Peço luz e esclarecimento todos os dias para fazer um bom trabalho – de pai e de irmão. Pra isso é que estamos aqui, não é?
     Crescimento espiritual, esse é o grande lance da vida. 

    (*) Revisor dos textos do J.Hessen