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  • 23 de mai. de 2011

    CEPAS INFECCIOSAS

    Simone Almeida Prado 
    O estudo, que requer esforço, desenvolve o senso crítico e o bom senso, tem sido esquecido, já que o desejo do" maravilhoso", do "sobrenatural", da "fantasia" sobrepõe-se ao da razão, única que nos conduz à verdade.De braços dados com o nosso descuido, adentram as Casas espíritas, Congressos e Seminários, distribuindo autógrafos e alimentando-se de aplausos que lhes conferem prestígio, os "santos" de carne e osso. 
    Com caras de bonecos de cera, estrelas na boca e o coração carregado de vaidade, iludem, criam a imagem de" "intocáveis", "mensageiros da paz", "embaixadores do bem", ainda que escudados na caridade, da qual se gabam sem cessar como que para fortalecer seus argumentos contrários à simplicidade que o Espiritismo comporta. Muito contribuem para que a Doutrina Espírita seja sepultada pouco a pouco, como querem as forças contrárias à verdadeira mensagem cristã,tal como Jesus nos legou. 
    Trejeitos estranhos, falas empoladas, artificiais, muitas reproduzindo belas passagens evangélicas verdadeiramente simples, mas que são exclamadas em tom de profetização na boca dos pretensos apóstolos do bem e candidatos a deuses da oratória "brilhante". 
    O artificialismo tem sido a tônica dos "santos" de carne e osso, seus adoradores e imitadores. Pegando carona nesse tempo de espetáculos sem fim, invadem as livrarias os falsos médiuns, oportunistas, mercantilizadores da palavra evangélica, visando descredibilizar de vez a Doutrina. E como não poderíamos nos esquecer,em meio a tantas cepas microbianas tóxicas e infecciosas da vaidade, que acabam por dominar o espírito de muitos, não escapam também os "comediantes", que pretendem fazer rir a todos nas Casas Espíritas, como bobos da corte.
    Dentre estes, muitos se lançam como" defensores da liberdade de expressão", falso pretexto desses aspirantes à celebridades e que, mesmo desprovidos de conhecimento doutrinário e estudo, além de visivelmente desequilibrados, são convocados a falar em nome dos que sorriem amarelo ou aplaudem as mistificações e bajulações. Os "Alarmados", eufóricos "comediantes" de plateias interessadas em arrecadar fundos com essas "comédias", estabanados e que dizem combater a "hipocrisia" e que falam em nome dos promotores do elitismo, do beatismo igrejeiro e do comércio da palavra evangélica, estarão sempre dispostos, convocados por outros ou por si mesmos, a atacar a honra dos que se posicionam corajosamente a favor da preservação do Espiritismo em toda a sua simplicidade. Simplicidade que não fecha pacotes com hotéis selecionando pessoas, não dá importância às exterioridades, títulos, cerimônias, certificados, não cobra pelos benefícios da palavra cristã, não concede privilégios a uns em detrimento de outros e que nos imuniza contra os males oriundos de nossas eras primitivas, cujos resquícios pretendemos exterminar.
    Males que vão e voltam tentando atrasar o amadurecimento que nos permite preparar o solo do espírito para a evolução necessária. Não foi sem razão que Paulo, Erasto e Kardec nos recomendaram bom senso e prudência. Aquelas cepas infecciosas da vaidade e da ostentação, que se hospedam como parasitas nos mais despreparados e se proliferam no meio pela falta de higiene íntima que domina muitos espíritos, só podem ser combatidas pela vacina do estudo, da compreensão do espiritismo tal como ele é, em seu caráter científico, filosófico e religioso, despido de ostentações, santificações, endeusamentos e euforia proselitista. Pelo estudo educamos nosso espírito, moldando para melhor nossa realidade interior, dissipando a ignorância dos tempos de outrora. Ignorância que nos prende ao atraso e ao sofrimento.
    É responsabilidade nossa permanecermos atentos à preservação da essência cristã, trazida pela Doutrina Espírita. É tempo de dizer "NÃO, NÃO", para as cepas infecciosas que se alastram no movimento espírita e que podem pôr a perder todo o magnífico trabalho que os Benfeitores nos trouxeram, orientados pelo Mestre Jesus."