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  • 26 de mar. de 2012

    EUTANÁSIA EM ANIMAIS


    Boa tarde sr. Jorge!

    Gostaria de saber sua opinião sobre sacrifício animal. Há duas semanas, nosso cãozinho iniciou um processo físico de causar compaixão. Não havia mais o que ser feito, ele tinha 16 anos e estava cheio de problemas. Ficou minguando uma semana. Agora há pouco partiu....Nesse tempo os amigos e vizinhos aconselhavam o sacrifício. Não consegui imaginar essa decisão sendo tomada por nós. Cuidamos dele, deu trabalho, pois ele não se movimentava mais, estava inerte. Diante disso acreditei que a prova não seria para o animal, mas para nós, os cuidadores.  Restou-me as seguintes dúvidas:
    - foi certo deixá-lo partir naturalmente?
    - afinal existem ou não espírito de animais? Pelo estudo entendo que não. Por Chico e André Luiz, sim. O Sr. poderia esclarecer essa questão?

    Grande abraço
    U...


    Estimada U...
    Boa irmã,
    No cap. 33 do livro “Conduta Espirita”, o Espírito Andre Luiz ensina que no contacto com os animais a que devotemos estima, urge governar os impulsos de proteção e carinho, a fim de não cairmos em excessos obcecantes, a pretexto de amá-los, pois toda paixão cega a alma. Obviamente que no socorro aos animais doentes, devemos  usar os recursos terapêuticos possíveis, sem desprezar mesmo  aqueles de natureza mediúnica que aplique a seu próprio favor. Contudo se for preciso imolar animais em fase terminal, asseguro que isso é aceito com  naturalidade pela Doutrina Espírita, tendo em vista o caráter evolutivo do nosso planeta que acolhe  criaturas que ainda necessitam sacrificar animais para atender suas necessidades fundamentais de alimentação, por exemplo.
    Mesmo que sendo conferido aos animais um princípio espiritual, que após a sua extinção são aproveitados quase que em seguida, e não uma alma propriamente dita é  consentida a eutanásia, em casos terminais. Nesse caso não pode ser analisada da mesma forma como nos homens. Tendo o sacrifício dos animais um fim útil, não sendo para atender anseios dementes não pode se configurar em delito. Seguramente que o ajuizamento da necessidade ou não do ato deve ser baseado nas leis vigorantes constituidas, caso contrário o mundo ingressaria em colapso por desequilíbrio do ecossistema. A eutanásia  é para livrar o animal de um grande sofrimento.
    Quando ficam doentes, os animais não sofrem no sentido em que normalmente se entende o sofrimento. No homem, o sofrimento funciona como um depurador de suas imperfeições, estimulando seu desenvolvimento moral. O animal não tem vida moral e por isso suas dores são apenas físicas. Claro, todas essas impressões positivas e negativas fazem parte das experiências que se acumulam para edificar o futuro ser pensante. Portanto, o sacrifício dos animais em fase terminal de doença não constitui uma infração à lei. Mas se esse ato, trouxer dor e remorso para quem o faz ou o autoriza, melhor não praticar e esperar a morte naturalmente.

    Grande abraço
    Jorge Hessen