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  • 4 de jul. de 2012

    FIGUEIRA ESTÉRIL


     Olá amigo Jorge Hessen. Tenho lido alguns artigos de sua autoria e compartilho com sua maneira de entender o espiritismo. Gostaria de saber de seu entendimento à respeito da parábola da figueira seca amaldiçoada por Jesus. Entendo a mensagem de fé que se encontra nela embutida e as diversas abstrações possíveis à partir do fato relatado nessa passagem bíblica. O que não entendo é como Jesus poderia ter feito secar a figueira que não possuia figos, sendo não era época de frutos. Como aquele espírito amoroso poderia ter amaldiçoado aquela planta, um ser vivo, criatura de Deus em seu estágio evolutivo? Grato pela atenção Um abraço



    Caro irmão,
    Tudo que Jesus fez teve uma finalidade para suas lições eternas. Não podemos nos ater a simples árvore material, mas ao simbolismo do ato. Se era período ou não da frutescência aqui nese caso não importa, o que fica como lição Kardec analisou de forma maravilhosa. Para o mestre de Lyon a parábola da figueira estéril simboliza dentre muitas coisas o vazio daqueles que oradores que usam  palavras melífluas. A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, criaram as mais extravagantes doutrinas de ação e reação.  Nada de bom produzem; São os palestrantes que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. É de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram.

    Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida.

    Segundo Kardec o que as mais das vezes nos falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra. que transporta montanhas. Seremos quais  árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.

    Os médiuns  são simbolizam árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; Se porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em beneficio dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.

    Saudações
    Jorge Hessen