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  • 2 de jun. de 2014

    ALGUMAS QUESTÕES TRANSCENDENTES


    JOSEFA: Primeiramente, gostaria de lhe agradecer. Em seguida desculpe-me a demora na resposta. Não esqueci de seu carinho e de sua atenção.
    Preciso explicar a fonte de minhas perguntas.
    Venho de uma família onde as mulheres são muito intuitivas e têm mediunidade acurada. Interessante que isso acomete com maior intensidade as mulheres da família, pois os homens são mais limitados quanto ao assunto.

    JORGE HESSEN: Tenho aprendido com Emmanuel  que o homem e a mulher, mormente , no instituto conjugal, são como o cérebro e o coração do organismo doméstico. Ambos são portadores de uma responsabilidade igual no sagrado colégio da família; e, se a alma feminina sempre apresentou um coeficiente mais avançado de espiritualidade na vida, é que, desde cedo, o espírito masculino intoxicou as fontes da sua liberdade, através de todos os abusos, prejudicando a sua posição moral no decurso das existências numerosas, em múltiplas experiências seculares.
    No capítulo da sensibilidade , dos fenômenos psíquicos (mediunidade em suas infinitas facetas),  não existem propriamente privilégios para homens ou mulheres; entretanto, avança mais  nos seu labores quem detiver a maior porcentagem de sentimento. Nesse caso concordo com você que  a mulher, pela evolução de sua sensibilidade em todos os climas e situações, através dos tempos, está, na atualidade, em esfera superior à do homem, para interpretar, com mais precisão o sentido de beleza, as mensagens dos planos Invisíveis.

    JOSEFA: Sonhos com eventos futuros e sensações de "de ja vus", decorrentes de sonhos que permaneceram sob a coberta da consciência são comuns em várias de nós. Fui testemunha de curas feitas pela matriarca, no mais típico caso de xamanismo, fui testemunha de eventos estranhos, realmente estranhos para pessoas comuns. Recentemente passei por algo interessante. Anos antes sonhei com pessoas que não conhecia, mas que há alguns meses entraram em minha vida. Tive participação ativa em muitas coisas que ocorreram e que desencadearam em mim uma série de problemas de saúde, aparentemente sem causa específica, e temi pelo chamado suicídio inconsciente.
    Por isso decidi pesquisar sobre os assuntos: determinismo versus livre arbítrio, suicídio inconsciente e tempo - confesso que sempre o entendi como medida de existência, nunca como algo estanque, como entendem os cientistas, a colocarem ele como uma dimensão. Para mim tempo é tão somente uma tentativa humana de quantificar a nossa percepção do desenrolar natural da existência do plano material, isso é uma opinião pessoal, completamente sem bases científicas, coisa que me vem à mente sempre que me ponho a pensar  sobre questões mais complexas. Por isso compreendi e gostei muito da colocação de tempo como sendo uma medida atemporal ehehehheheh. Então, minha visão sobre o assunto pode mesmo ser considerada espírita.
    Quanto à questão dos filhos, bem, é uma outra longa história, mas basicamente me perguntei se eu tinha que nascer de meus pais ou se eu poderia ter tido outros pais. Daí o questionamento se a escolha dos progenitores é marcada, ou seja: o Jorge Hessen tinha que existir tal como ele é hoje e eu também teria que existir tal como sou hoje para que esta conversa acontecesse em benefício mútuo?  Ou em outras circunstâncias esta conversa ocorreria desse jeito? Noutras palavras: como o espiritismo encara toda essa gama de existências pessoais que se inter-relacionam e formam uma rede tal como temos hoje, montando exatamente esta realidade atual em que vivemos? É meio que uma tentativa de perceber a doutrina espírita enfrenta questões como a possibilidade de existência de realidades alternativas e de como ela enxerga a multiplicidade de possibilidades que decorrem do livre-arbítrio. Honestamente, pelo pouco que sei do assunto há teorias sobre a existência que seriam interessantes para o espiritismo, mas que são de difícil entendimento. Há mais assuntos que hoje podem ser vistos pela ótica espírita e que seriam engrandecedores para a comunidade e para a sociedade como um todo. Confesso, contudo, que realmente sei muito pouco sobre isso e meu tempo tem sido escasso para pesquisar.
    Voltando ao assunto se esta conversa realmente tivesse que estar acontecendo hoje, então haveria um determinismo, oriundo da articulação de inteligências superiores, desta forma, posso crer que temos na verdade uma liberdade "condicionada", um livre arbítrio para antes da encarnação escolhermos nossas provas, desde que tivéssemos a adequada condição. A meu ver, isso seria o lógico dada que a verdadeira vida é a espiritual. Sendo que o livre arbítrio poderia até mesmo atrapalhar as coisas, como é o caso do suicida.

    JORGE HESSEN: Para mim o seu entendimento acima  está primoroso.

    JOSEFA: O suicídio é um tema que me intriga desde quando li Ala 18. Da mesma forma que a obsessão, da qual no presente momento me recuso sequer a pensar.
    Por isso gostei tanto do que vc falou sobre o suicídio: um atentado contra a lei do amor. Definição acurada; precisa. Ao tirar a própria vida uma pessoa não apenas está atentando contra a própria existência, mas contra a existência de todos aqueles com quem ela se relacionaria direta ou indiretamente e em cadeia, mais ou menos como o efeito dominó. Por isso é que me questiono sobre visão do espiritismo em relação às múltiplas realidades. Imaginemos que alguém decida se matar hoje, mas esse alguém havia escolhido, antes de vir à terra, ser o progenitor de um amigo que iria reencarnar. Esse amigo, seria o progenitor tido como mais adequado para outros e assim por diante. Isso apenas para dar um exemplo, pois, dada a magnitude e complexidade dos acontecimentos que o suicida poderia passar e desencadear se não tivesse se matado, eu poderia passar séculos citando e ainda assim não terminaria. Desta forma suicida não apenas alterou o seu caminho, as também o de outros tantos.
    Creio que, devido ao livre arbítrio condicionado, a espiritualidade tem planos reserva, para permitir que aquele irmão que precisa reencarnar tenha sua chance, mas olha ai o impacto de um suicídio? reformulação de planos, basicamente um retrabalho. O mesmo se diz de um aborto ou de um homicídio, quando não era a hora da pessoa desencarnar, ou de qq ato que limite a possibilidade de um ser de interagir e se guiar pelas provas que ele escolheu ou que lhe foram atribuídas.
    Me despeço com muita estima por sua cordialidade e atenção e agradeço-lhe muito as respostas. Foram muito elucidativas para as minhas dúvidas.

    JORGE HESSEN: Realmente os acidentes de percurso existem no que nomeia “múltiplas realidades” existenciais , entretanto os Sábios do Além possuem os Planos “B”,C”,”D” para que continuemos a marcha no processo evolutivo. Os que deliberada ou inconscientemente delongam os passos pelas claudicações morais, em que pese o transitório estacionamento,  jamais deixarão de evolucionar ou pelo amor, ou pela dor evolverão para a eterna depuração (entenda aqui que jamais chegaremos à perfeição absoluta, pois ABSOLUTO só o Criador, portanto somos seres em infindável processo de perfectibilidade).
    Se o determinismo divino é o AMOR e se nossa “liberdade” é condicionada ao limite da nossa evolução, obviamente, todos os ingrediente do existir comporão enredos da história de cada Espírito. Porém, com o decorrer do “presente eterno”,  submergirão tais conteúdos como sói ocorrer no conteúdos dos erros  da infância que atualmente não constam como importantes para nossa consciência.
    Em 1973, Willian Menninger, psiquiatra norte-americano, terapeuta dos militares que foram  vítimas da famigerada guerra do Vietnã, anotou um fragmento sobre o “amor” no seu livro  “ABC  da Psiquiatria”. Pronunciou ele que "o amor é um sentimento que a gente sente quando sente que vai sentir um sentimento que jamais sentiu". Para Menninger, o “amor” não tem significado. Para mim o amor É!...Simplesmente É! E sempre SERÁ.......o quê ? AMOR!!!
    Invariavelmente sempre as presunções filosóficas para controvertes a respeito  das pujantes reflexões sobre o SER e o EXISTIR permanecem os argumentos sob intermináveis giros em torno de um círculo confuso,  demudando apenas os adjetivos, substantivos, verbos e algumas dicções, para SEMPRE e invariavelmente SEMPRE  caírem no mesmo e eterno contexto  sem chegar a lugar  algum. É a nossa condição humana limitadíssima para compreensão da vida em sua plenitude e singeleza.
    Jesus foi obrigado a fazer adequações da sua magna lição. Sequer obteve desenvolver a temática reencarnação como certamente programara, nem mesmo pode avançar o tema com o “Dr.” Nicodemos.  Importa recordar  que O Mestre  já havia providenciado o envio de emissários  precursores, pelos menos  5 séculos antes da crucificação, objetivando a semeadura da discussão sobre a palingenesia.  Constatamos as providências do Cristo na milenar e isolada  China,  com as vindas de Fo Hi, Lao Tsé, Confúcio, ou na India com a reencarnação de Sidarta Gautama, o Buda, ou com a vinda do mais importante teórico sobre o tema no Ocidente,o grande  Pitágoras e  posteriormente as  vindas de Sócrates, Platão e Aristóteles.
    Somos extremamente atrasados (moralmente) para abrangência das demandas transcendentais. A rigor, não se passaram mais de 600 anos para  que  a Ciência ganhasse  status  de cidadania acadêmica, como hoje a consideramos.  Temos que aprender copiosamente a fim de  experimentar o amor e urge amar com intensidade para galgarmos um tiquinho de saber. Esses são os códigos oferecidos pelo Criador às criaturas.
    Jesus não se  submergiu ante o volátil  tempo do calendário humano para altercações de temas sofisticados. Disse que devemos amar. E da Lei Divina sintetizou os dez excelsos dispositivos conforme narra Marcos "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes."
    Não consigo explicar racionalmente, mas uma força estranha remete-me ao personagem Hilel ou Helil (tanto faz). Talvez movido por justa e natural curiosidade sobre a personalidade do célebre mestre de Israel que surge no livro de Humberto de Campos, “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, como o “encarregado dos problemas sociológicos da Terra” e preposto de Jesus para o descobrimento do Brasil, missão que desempenhou integralmente, na encarnação em que nos reapareceu como o Infante de Sagres, Dom Henrique.
    Hilel é um dos precursores do Cristianismo: trouxe à Terra, alguns anos de Jesus, os mesmos ensinamentos que o Divino Mestre viria confirmar e vivificar pelo exemplo. É precursor igualmente do Espiritismo e quinze séculos após a vinda do Cristo cumpriu a missão de precursor da descoberta do Brasil.
    Conta-se que certo dia Um estrangeiro foi a casa de Hilel.
     “-Paz!”, diz Hilel.
     “-Paz!”, responde o estrangeiro.
    Diz o estrangeiro: “-Eu desejo aprender toda a Lei durante o período de tempo que eu consiga ficar em pé num pé só.”
    Hilel percebe que o homem quer zombar dele, mas não se encoleriza e ensina:
    “-O que achares odioso para ti, não o faças ao teu próximo.”
     “-Isto é toda a Lei?” - pergunta o estrangeiro.
     “-Sim - responde Hilel - isto é o fundamento, tudo mais são explanações.”
    Diz o estrangeiro: “-Obrigado, Hilel. Se isto é o fundamento, eu quero aprender a Lei toda.”
    Relembrando o que  escrevi anteriormente para você, minha irmã, reenfatizo que somos livres na pauta de nossa educação e de nossos méritos, na lei das provas, cumpre-nos reconhecer que à medida que nos tornamos responsáveis, organizamos o determinismo da nossa existência, agravando-o ou amenizando-lhe os rigores, até poder elevar-nos eterna e definitivamente aos planos depurados  do Universo.
    Sobre o tema suicídio, se houver interesse, informo que   já escrevi alguns textos (alguns deles  reforçando os anteriores) conforme poderão ser acessados no link

    Prossigamos na paz do GOVERNADOR DA TERRA
    Saudações

    Jorge Hessen