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  • 31 de jul. de 2009

    Cada um de nós vive experiência única




    Ricardo: Obrigado pela resposta caro irmão Jorge. Aclararam meu pensamento em relação à promotora. Só pretendo que a razão presida qualquer discussão a respeito. Talvez eu não tenha sabido dizer o que me incomoda.

    Jorge Hessen: Fico feliz, meu irmão, quando me faço entender com maior clareza.
    Quanto à “razão”, esta é sempre relevante quando ordena o discernimento, mas, o homem, de modo geral, encontra mil “razões” para justificar seus atos, mesmo os mais indignos. A “razão” tem que ter um sentido elevado para superar a infantilidade, a ilusão e a fantasia.

    Ricardo: Não quero me arvorar em juiz, mas, por que me vem sempre a imagem daquela adúltera que ia ser apedrejada, por causa da lei quando se ataca prostitutas, moças que praticam o aborto, moças anoréxicas e outras. Fico com a impressão de que se pretende condenar a moça do que o ato em si. Como se se acabasse com a prostituição ao prender uma prostituta, com o tráfico ao prender um usuário. Morto o cão acaba a raiva?

    Jorge Hessen: Cumpre observar, meu irmão, que é muito mais simples crer em tudo aquilo que sentimos do que em tudo aquilo que ouvimos. Ah! Quantos conselhos para o bem e quantas advertências contra o mal se perdem no tempo. Assim, caminha a humanidade: lentamente, crescendo pela dor. “Cada um de nós vive experiência única (individual) sob todos os aspectos e somos regidos pela Lei das Vidas Sucessivas”. Não podemos esperar intervenções milagrosas para acabarmos com os erros alheios e o sofrimento consequente, pois cada um é livre para discernir e optar pelo bem ou pelo mal. Uma coisa é certa, meu irmão: só obteremos o respeito dos outros se nos autorrespeitarmos. Somos aprendizes neste mundo transitório, como transitórios são os sofrimentos, se soubermos transformá-los em glórias eternas. Para isso, temos que ir em busca das verdades eternas, uma comunhão com Deus, único caminho que nos tornará livres.
    Morto o cão, não acaba a raiva, mas, o controle e a prevenção, sim.

    Ricardo: Se a lei, de fato, fosse aplicada, deveria atingir também o "co-autor" (pai do nascituro), o pai da moça que a joga na rua por causa do "O que vão dizer?", o médico etc. Já viu alguma clínica ser fechada? Quando pegam é alguma "aparadeira" que o pratica como meio de vida. A lei existe e as clínicas proliferam.
    Qual o dever do estado ou da sociedade? Por certo não é o deixar correr frouxo, mas, ser claro que, caso aconteça uma gravidez indesejada, todos são responsáveis, inclusive estado e sociedade.

    Jorge Hessen: Lei é o conjunto de regras advindas dos costumes, tradições e convenções de uma determinada cultura. Logo, todos os indivíduos têm a obrigação de se submeter a ela, sob pena de sanções. Sabemos que as leis humanas são falíveis e mutáveis, mas não podemos esquecer que às Leis de Deus ninguém foge. O homem consegue burlar as leis humanas, mas, jamais, as Leis de Deus.

    Ricardo: Volto a dizer, só poderia admitir aborto em caso de risco de vida para a mãe ou, se, por absurdo, cada feto viesse com um certificado de presença ou não de espírito naquele corpo em formação.

    Jorge Hessen: Se cada feto viesse com um certificado, como esse a que você se refere, não teria um sentido racional. Logo, é crer que Deus é menos prudente que os homens.

    Ricardo: Perdoe-me se, mais uma vez não fui claro o suficiente ao expor meu pensamento. Tenha a certeza de que o móvel é a piedade em relação a moças obrigadas a praticá-lo, se bem que a piedade deva ser aplicada a todas.

    Jorge Hessen: Por que piedade? Por que não respeito? O Evangelho esclarece: “Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza”.

    Ricardo: Abraço fraterno
    Ricardo

    Jorge Hessen: Igualmente, meu irmão. Que a Paz de Deus esteja com você.