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  • 24 de dez. de 2009

    O AMOR QUE NÃO ESPERA NADA


    Antônia: Prezado Jorge







    Trabalhei com crianças com algumas síndromes durante algum tempo de minha vida. Como sempre fui observadora notei que algumas portavam essa singularidade de não acompanhar a idade cronológica ou ao contrário envelhecer precocemente. Além disso, a saúde em diversas crianças era abalada por constante presença de convulsões. As explicações médicas sempre eram restritas às síndromes com suas características intrínsecas ou consequências de febres altas e sequelas convulsiovantes. A verdade meu amigo que em determinados momentos o quadro apareceu ao nascer ou não, rompeu-se do nada deixando familiares atordoados, pais desesperados em busca de uma definição que pudessem sossegar os seus corações, uma porta que pudessem se abrir e mostrar um horizonte a seguir. Sempre doloroso lidar com uma compreensão maior da vida nessa fase existencial de pessoas envolvidas por esse tipo de resgate. Teorizar muito fácil, principalmente quando não nos colocamos no lugar dos pais. Mas o tempo é encarregado de cicatrizar todas as feridas e assistimos a vitória do amor, do amor incondicional, o amor que não espera nada, apenas amar, amar e amar. Esse é meu testemunho de que a genética alcança um determinado limite, mas nunca vai até as necessidades do espírito, as lições que terá de passar, o grupo da família convocado para construir algo em nome do aprendizado, das experiências e do crescimento.
    O resto caro confrade apenas o amor encarrega de semear. abs Antônia



    Jorge Hessen: Prezada Antônia

    Inúmeras são as famílias que passam por esse quadro doloroso e eu conheço, de perto, o trabalho e o sacrifício das pessoas incumbidas de dar o suporte necessário àqueles que “recebem a dor de acordo com as necessidades próprias, com vistas ao resgate do passado e à situação espiritual do futuro”, pois Deus, com extrema bondade e por excesso de misericórdia, confiou-nos, a mim e à minha esposa, uma filhinha portadora de necessidades especiais.

    Com muita humildade, temos que entender o seguinte: ”os Espíritos que sofrem pelo constrangimento que experimentam e pela impossibilidade em que se encontram de se manifestarem por meio dos órgãos não desenvolvidos ou desarranjados” não são os únicos que estão em débito com a Divindade, mas, também, os que lhes dão assistência em família, pois não há quem diga, em sã consciência, que se compraz com a dor de um ente querido.

    O espírita, no entanto, consciente da Justiça Divina, sabe que Deus jamais seria injusto com quaisquer de seus filhos e aceita, resignadamente, Seus desígnios. Tendo adquirido uma fé raciocinada e compreendido os mecanismos da reencarnação, enxerga esses quadros com muita esperança, pois sabe que essa condição é efêmera, como efêmera é a vida terrena.

    O verdadeiro Espírita, quando olha para os Céus, diz: - Obrigado, Senhor, por nos permitir a Santa oportunidade do resgate, pois que é a nossa Libertação! Essa é a real alegria do Espírita, pois enxerga o Espírito, em primeiro lugar, e não a matéria física.

    Quando os médicos da matéria conquistarem essa consciência...

    Portanto, minha irmã, o caminho a seguir não é horizontal, mas vertical, rumo a Deus, lembrando, sempre, que o AMOR é a mola propulsora da vida, seja ela em que Plano for.



    Muita Paz,

    Fraternalmente,




    Jorge Hessen