Caro Jorge
O que realmente acontece com o suicida, pra onde ele vai, fica vagando entre este plano e o outro, sempre atormentado e atormentando.
Abração
fique com Deus.
A.........
Prezado ..A...
Esclarece-nos a Doutrina Espírita que o suicídio representa uma suprema rebeldia às leis de Deus, uma grande covardia perante os desafios da vida , sendo que o suicida acaba encontrando a vida após o trágico ato,só que em condições muito piores.
Inúmeros livros descrevem o sofrimento pelo qual passa o suicida. Mas uma das obras espíritas que abordam o tema e que merece destaque que é Memórias de um Suicida. Nele o poeta português Camilo Castelo Branco narra o extremo sofrimento que se deparou após evadir-se da Terra através de um tiro desferido contra o próprio ouvido , por não se conformar com a cegueira. Assim, ele descreve a cena: "o estampido maldito que até hoje ecoa em minhas vibrações mentais , revivo o passado execrável." A linguagem humana ainda não conseguiu definir as impressões inconcebíveis que passam a contaminar o "eu" de um suícida logo às primeiras horas que se seguem ao desastre . "Odores fétidos e nauseabundos atingiam o olfato."
Diz , ainda Camilo que a "dor aguda e violenta, enlouquecedora, arremeteu-se instantaneamente sobre meu corpo inteiro. Presa de convulsões indescretíveis de dor física , levei a destra ao ouvido direito , o sangue escorria do oríficio causado pelo projétil da arma de fogo de que me servira. Manchou-me as mãos , as vestes e o corpo."
E o autor continua a descrição do que encontra após certificar-se que continuava bem vivo. Seu horror ao constatar o acompanhamento do estado de decomposição do seu próprio corpo. Seu estado de loucura , a fome, a sede queria morrer para desaparecer. Até que fora recolhido para o Vale Sinistro onde eram destinados aos suícidas.
Depois de superlativos sofrimentos fora socorridos pelos mensageiros de Maria a Mãe Santissíma. Ele conta pormenorizadamente o seu restabelecimento que seria possível em uma nova encarnação trazendo no corpo físico tudo aquilo que insculpira no perispírito, ou seja, seria provavelmente um deficiente auditivo com consequências mentais.
É um livro importantíssimo, mostrando que somos arquitetos de nossas vidas; que não existe injustiça na contabilidade divina; que tudo tem uma razão justa para os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis das nossas existências.
Um grande abraço .
Jorge Hessen