Caríssimo Hessen,
Recebo com extrema humildade as considerações de suas palavras. Entendo, no entanto, que não detenho sequer um mínimo das qualificações que você exprime: estou muitíssimo longe, mas extremamente longe disto. Na verdade, considero-me apenas um cidadão que abraçou com muito amor o espiritismo e procuro honrar com absoluta dedicação a doutrina, restringindo-me, por opção pessoal, muito mais aos ditames dos livros básicos de Allan Kardec, considerando haver muitas discrepâncias – e porque não dizer muitos desvios - na literatura complementar disponível. Mas estou longe de ser um trabalhador dedicado. Conquanto muitas vezes tenha escutado (e ainda escute) que todos somos médiuns, etc, etc, continuo sustentando que não detenho essa qualificação de forma ostensiva, incapaz, portanto, de prestar uma colaboração maior ao Centro que freqüento regularmente.
Recebo com extrema humildade as considerações de suas palavras. Entendo, no entanto, que não detenho sequer um mínimo das qualificações que você exprime: estou muitíssimo longe, mas extremamente longe disto. Na verdade, considero-me apenas um cidadão que abraçou com muito amor o espiritismo e procuro honrar com absoluta dedicação a doutrina, restringindo-me, por opção pessoal, muito mais aos ditames dos livros básicos de Allan Kardec, considerando haver muitas discrepâncias – e porque não dizer muitos desvios - na literatura complementar disponível. Mas estou longe de ser um trabalhador dedicado. Conquanto muitas vezes tenha escutado (e ainda escute) que todos somos médiuns, etc, etc, continuo sustentando que não detenho essa qualificação de forma ostensiva, incapaz, portanto, de prestar uma colaboração maior ao Centro que freqüento regularmente.
A propósito, não sei se para justificar minha incompetência ou para fortalecer minhas convicções, realizei um trabalho de pesquisa sobre Mediunidade que lhe envio agora (Estudo sobre Mediunidade), solicitando-lhe honrar-me com sua leitura. Sobre este trabalho, já me permiti submetê-lo a uma expressiva figura das lides espíritas, que enviando singular mensagem, aprovou sem restrições: José Passini, também seu leitor.
Finalmente, como coloquei crítica à FEB, com relação ao assunto de que estamos tratando, tomo a liberdade de incluir um arquivo contendo as mensagens trocadas, entre as quais a resposta indiferente que me foi oferecida. Penso que a área responsável pela Doutrina deveria ser mais objetiva com questões dessa natureza: sim, sim, não, não – o que, aliás, deveria ser sua obrigação regimental em defesa dos fundamentos da doutrina. Acredito que, por conta desse desinteresse, provavelmente existam tantos desvios nos princípios filosóficos e conceitos doutrinários que se verificam na literatura mediúnica.
Abraça-o,
fraternalmente.
M.....
Professor M.... ,
O assunto é bastante instigante e intrigante. Será que somos todos médiuns (ostensivos ou não lembrando aqui que embora não ostensiva a intuição é um tipo de mediunidade, para Kardec a mais sublime de todas) ou nem todos temos a capacidade mediúnica? Recorro ao estupendo Espirito Emmanuel que através das penas sacrossantas de Chico xavier elucida a questão nas perguntas de 382 a 391 do livro o Consolador. O Espirito definine a mediunidade como “aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra. A missão mediúnica é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção. Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo.
Então todos somos médiuns? Emmanuel diz que todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos. Na atualidade, porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, precursores das novas aquisições humanas.
Não podemos provocar o desenvolvimento da mediunidade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas. O Exercício das forças mediúnicas não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.
Não existe mediunidade mais importante uma que a outra. Qualquer uma é campo aberto às mais belas realizações espirituais, sendo justo que o médium, com a tarefa definida se encha de espírito missionário, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que o seu mandato não seja traído na improdutividade. Por isso a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregas às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar. Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mal servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem os insultos do egoísmo; do orgulho; da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos.
Luiz, até mesmo os irracionais, inobstante não possuírem faculdades mediúnicas propriamente ditas têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo, através das quais podem indiciar as entidades deliberadamente perturbadoras, com fins inferiores, para estabelecer a perplexidade naqueles que os acompanham em determinadas circunstâncias.
A partir daqui restrinjo na frase que escreveu "...estou longe de ser um trabalhador dedicado. Conquanto muitas vezes tenha escutado (e ainda escute) que todos somos médiuns, etc, etc, continuo sustentando que não detenho essa qualificação de forma ostensiva, incapaz, portanto, de prestar uma colaboração maior ao Centro que freqüento regularmente." Não posso em sã consciência espírita concordar com a idéia da sua "incapacidade" de colaborar numa casa espírita , mormente num grupo de educação da mediunidade conduzido por pessoas moralizadas e estudiosas.
Posso não ter escrito exatamente o que esperava mas quando faço referências à mediunidade só vem à minha mente essas instruções de Emmanuel.
Se não concorda conosco rogo-lhe perdão. Sou um emmanuelista de prontidão. rsrsr
Abração
Jorge Hessen