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  • 1 de jun. de 2011

    PALAVRAS DE UM BOM AMIGO ESPÍRITA

     Luiz Álvaro

    Caríssimo Hessen,

    Limitado aos meus escassos recursos doutrinários, penso que seu discorrer sobre a temática ora em exame acompanha os comentários do trabalho que lhe apresentei, extraídos da literatura espírita conforme indicado. De minha lavra, apenas a sentença inicial “Todos somos médiuns porque, como Espíritos, fomos criados iguais pelo Pai. Nem todos, porém, quando encarnados,  detêm circunstancialmente a capacidade de ser  intérpretes dos Espíritos” mas que, também, se coaduna com sua abordagem e encontra abrigo nos conceitos da Doutrina. Afinal, tudo tem sua hora. Imagine se toda mediunidade aflorasse ao mesmo tempo em todos os habitantes deste planeta! Isto seria um atributo, acredito, dos planetas evoluídos. A propósito, estabelecendo um paralelo com a expressão da mediunidade e da fé, ocorre-me lembrar uma menção que se encontra no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 7, segundo parágrafo: “Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; basta uma centelha para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de progresso anterior. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras, já creram e compreenderam; trazem ao renascerem, a intuição do que souberam:  estão com a educação feita; as segundas têm que aprender tudo: estão com a educação por fazer. Ela se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra” (ESE – 1ª Ed. FEB – 7/2008, Trad. Noleto, pág.373). Antes que você me corrija, sei que a mediunidade independe da fé. De outro lado, valho-me de uma menção de Ivone A. Pereira, em sua obra À Luz do Consolador, Ed. FEB, pág. 15: “Nunca desenvolvi a mediunidade; ela apresentou-se por si mesma, naturalmente, sem que eu me preocupasse em atraí-la, pois, em verdade, não há necessidade em se desenvolver a faculdade mediúnica; ela se apresentará sozinha, se realmente existir, e se formos dedicadas às operosidades espíritas.” Este grifo, meu, é proposital: aqui cabe o “mea culpa”. Será que, apesar de minha dedicação ao estudo da Doutrina, não está me faltando abandonar meu comodismo? Pois é. De qualquer forma, tenho absoluta confiança e certeza de que, nesta vida, consegui um elevado grau de progresso espiritual, graças a Deus: a Doutrina me abriu os caminhos para esta evolução – ninguém melhor do que eu para afirmar esta convicção! 

    Na verdade, o interesse maior pelas coisas da espiritualidade é relativamente recente. No início da década passada, partindo da leitura de obras sobre a TVP, passando por Brian Weiss, Carol Bowman, Edith Fiore, Cerminara, Kluber Ross entre outros e ainda a psicoterapeuta brasileira Célia Resende – seu livro “nascer, morrer, renascer: memórias de pacientes de TVP (um dos melhores)  é, a meu ver, um livro espírita –, pude constatar que tudo aquilo nada mais era do que havia ouvido falar a respeito do espiritismo. Estavam, pois, definidos os caminhos.

    Por formação católica e em vista de tanta inconsistência dogmática, durante muito tempo vivi no descrédito. E para piorar, os absurdos da Bíblia (o livro “A bíblia e seus absurdos”, Carlos Bernando Loureiro, Ed. Mnêmio Túlio, 2ª. Ed./2001 coleciona alguns). Em “A Gênese, do pentateuco, encontrei a explicação de muito dos milagres que tinha dificuldade de entender. Envolvi-me vigorosamente com a leitura dos livros da Codificação Espírita durante todo esse tempo e agora, mais recentemente, pude conhecer as obras de cunho científico de grandes personagens espíritas – Delanne, Flammarion, Bozanno, Aksakof, sem descartar autores brasileiros - que comprovaram a ocorrência dos fenômenos supranormais de difícil compreensão: enfim, os fatos que os materialistas pouco ou quase nada puderam (ou quiseram) ainda perceber.


    Assim, meu prezado, a cada passo estou tentando alcançar os caminhos de minha evolução, ainda que vagarosamente, mas com elevado grau de paciência, esperança e humildade.

    Gostaria, finalmente, de registrar um ligeiro comentário: sua resposta ao meu mail é um compêndio de bom senso (aliás, como sempre são seus artigos do blog) e, desde que abstraídas as referências de cunho pessoais, poderia ser alocada no seu blog sob título “Somos todos médiuns?” ou outro título, quem sabe.

    Sou imensamente grato pela amabilidade de sua resposta e considerações e continuo seu fã e leitor assíduo, e espero, com toda humildade, que minhas mal traçadas linhas não venham aborrecer-lhe.

    Abraça-o fraternalmente, 
    Luiz Álvaro