Prezado Jorge, bom dia.
Meu nome é ......... e tenho lido algumas matérias sobre suicídio, assim
como acabo de ler a sua, e estou intrigado com algumas situações.
Sou espirita e tenho conhecimentos das leis sobre tal ato, mas ando me
perguntando: "Será tão ruim assim?".
Jorge Hessen:
Não queira provar desse veneno, pois o enorme desapontamento dos suicidas é perceber que não alcançaram
"morrer" após aniquilarem o corpo físico e nesse martírio mental permanecem transportando por largos anos a dor descomunal
do remorso , um fardo pesadíssimo na consciência, em razão da gravíssima claudicação deliberada.
Geralmente, as pessoas que cometem suicido são
pessoas anômicas, depressivas, com diversos problemas psicológicos e vivem
a par da sociedade, sintomas estes presentes em todos os casos que li até o
presente momento. Mas, talvez, uma pessoa que queira cometê-lo por sacrifício
aos seus, buscando verdades que nunca serão ditas, que tem uma personalidade
amável, busca passar isso para todos, não teria nenhuma chance contra as leis
kármicas?
Jorge Hessen:
Ignoro situação tão delirante e incongruente quão alguém que almeja assassinar-se , afim de caçar
"verdades" fora de si. A completa verdade jaz gravada na
consciência de si mesma, sim! a
consciência é o lócus elevado onde está inscrita
a Lei de Deus.
De fato, acho isto injusto, pois o mundo está envolto de uma energia
ruim que nos deixam cegos, impróprios para cultivar o amor, algo que eu sempre
prego às pessoas que estão ao meu redor.
Jorge Hessen:
O mundo tem a coloração que oferecemos a ele.
É surreal pensar que um serial killer, um estuprador, um sociopata, que
possuem tais energias ruins evidentes em seus atos e em sua essência sejam
melhores que um suicida. Vejo ai alguns erros lógicos essenciais, como o
perdão, onde tais criminosos pecam a vida inteira e, em seu ultimo ato de vida,
pedem perdão e estão salvos, ao mesmo tempo que um suicida não terá a mesma
chance.
Jorge Hessen:
Afirmativa equivocada! Até porque , ante o Mandamento Divino, cada um granjeia segundo seus merecimentos, e
obviamente não seria um hipotético perdão de última hora que nos livraria dos
compromissos assumidos no crime, portanto nem o suicida voluntário, nem o
malfeitor teriam tratamentos diferenciados junto à justiça do Criador.
Eu acredito na história das pessoas. Acredito que todos têm um motivo
para realizar atos infames, tantos criminosos quanto suicidas, dada sua
criação, seus medos e temores, sua aflição perante ao que lhe foi dado durante
seus primeiros anos de vida e suas missões (complexas ou não) ao encarnar.
Tanto é que, mesmo lhe retratando a situação acima descrita, mesmo sendo
doloroso para todos nós reconhecermos o porque, o real motivo destes atos, eu
não consigo condenar ninguém.
Jorge Hessen:
Ninguém
deve. Jesus já nos legou a sublime lição “Não julgueis, para não serdes julgados, pois, com o juízo com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que medirdes, também vos medirão a vós.
Seria até injusto achar que eu posso fazer isso, sabendo que cada pessoa
tem um história para nos contar. Eu consigo enxergar o suicídio além disso
tudo. Posso vê-lo como um sacrifício
Jorge Hessen:
Todos
suicidas ,até mesmo os involuntários, são considerados trânsfugas das leis
da vida e não há exceções.
claro que para alguns poucos, não por querer sair dessa mer... toda que
vivemos, por querer estar em lugar melhor
Jorge Hessen:
Inexiste
, no Universo, um espaço mais primoroso para vivermos em plenitude a vida do que em nossa própria consciência.
mas tão justamente por ser esta uma missão grandiosa e terrível, de
certo que nós humanos só conseguimos nos conscientizar através das desgraças
que nos ocorrem.
Jorge Hessen: Jesus proferiu Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os que erram, ao arrependimento. A vida é majestosa quando as consternações são analisadas sob as luzes do amor de Jesus. Ele mesmo pronunciou: Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Talvez as pessoas precisem encarar isto para se tornarem melhores. Mesmo
o suicídio possui uma mensagem brilhante a ser repassada para os nossos
semelhantes.
Jorge Hessen:
O
suicídio sob qualquer abordagem constituirá uma atitude trágica, espelho
de uma mente torturada e que carece
realinhar-se ante os ditames sacrossantos do amor. Invariavelmente esse realinhamento
advirá sob os impactos de pelejas acérrimas por meio das reencarnações mais complexas.
Vejamos por exemplo, o amor. Eu nunca vi, além de filmes, o amor.
Jorge Hessen:
O amor não é aparente, não é palpável,
não “visível”, é unicamente sentido nos escrínios do coração. Inobstante seja “invisível”
, paradoxalmente só não “Vê” quem não quer , pois viver já constitui a manifestação máxima do amor de Deus por suas criaturas.
Não estamos falando de material, obviamente, mas sim do que realmente é
o amor. O mundo prega o amor na falta. Quanto mais ausente, mais ele está
presente, um paradoxo inevitável em qualquer relação existente no mundo.
Jorge Hessen:
Há uma desordem semântica aqui sobre o termo amor, até porque o amor não
será ou deixará de ser “isso ou aquilo” , o amor é e sempre será pleno e onipresente,
para sempre coevo , pois dimana do Eterno Criador.
Você sente amor por sua esposa, por exemplo, quando ela está mais
ausente do que presente, por lembrar a falta que ela lhe faz ao seu lado.
Jorge Hessen:
Amor!?? Aqui
nesse trecho certamente esse sentimento
não é o que nomeamos por amor
Você sente saudades dos seus pais após sua morte, ou quando você não
mora mais com eles, pois a falta que eles lhe fazem é grande.
Jorge Hessen:
Saudade, nostalgia, tristeza não traduzem o sentimento maior do amor
Portanto, não há amor, apenas a falta. O amor parece algo surreal,
Jorge Hessen:
O amor está na consciência humana e não fora dela e somente quem experimenta o
amor sabe o que é amar , ninguém de fora saber se alguém ama ou
deixar de amar. O amor está em tudo ,
está em todos - O AMOR É DEUS
que só é observado na falta. Digo observado, porque o amor é MUITO mais
que isto.
Jorge Hessen:
Sim, é muito mais!!! Repito: O AMOR É DEUS
Portanto, vejamos: a mensagem que poderia ser passada através do
sacrifício do suicídio
Jorge Hessen:
Sacrifício não! Demência cabal.....
não poderia reaproximar as
pessoas de um princípio maior que a falta? Não seria uma maneira de propagar o
amor real aos seus semelhantes?
Jorge Hessen:
No suicídio não há manifestação de amor, poré,
(des)amor pela vida
Não seria uma missão fidedigna de seres superiores causar uma comoção
gigantesca para que as pessoas passem a lutar por princípios reais?
Jorge Hessen:
Não há registros na história, jamais escutei de alguém e não li e nunca soube que um ser superior abdicasse de
viver suicidando-se por uma causa nobre.
Há missões no mundo espiritual, missões estas que só podem ser iniciadas
após um ato "bestial" como este, que somente podem ser realizadas
por espíritos capazes de fazê-lo.
Jorge Hessen:
Missão no mundo espiritual resultante de ato brutal? Inexiste essa
possibilidade. O suicida ao adentrar os pórticos do além , após acompanhar a exaustão
do quantum restante do fluido vital, que
ocorre durante a decomposição do cadáver , terá que realizar um esforço
descomunal para pacificar a consciência arrebentada nos porões das suas agruras
inenarráveis e esse processo demandará longo período de dores inimagináveis.
Enfim, digo isto, pois há pessoas caridosas, que buscam propagar o amor,
a bondade, a caridade e, mesmo que seja praticamente impossível fazer com que
as pessoas proclamem por isto, mesmo após provas e atitudes, dada a
bestialidade do nosso mundo, pode ser possível um sacrifício para que as
pessoas entendam.
Jorge Hessen:
Para quem se dedica ao sinceramente ao próximo,
para quem trabalha a fim
de aliviar as dores do semelhante, jamais
pensará no autoextermínio, isso é simplesmente
IMPOSSÍVEL.
Por favor, não entenda isso como um orgulho maior ou algo dito de
maneira prepotente. Nada disso. Apenas gostaria de uma opinião formada a
respeito, pois, como uma pessoa curiosa e intrigada, procuro respostas. E
quando as tenho, procuro outras mais. Então busque as suas respostas
porque o que li até aqui são idéias incompatível com o
princípio da razoabilidade doutrinária.
Carta de São Paulo aos Corintios, 13,1:14:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia,
e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse
os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para
ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é
paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se
ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se
irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo
espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque,
em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito,
então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser
homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em
enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então
conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança
e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.
Jorge Hessen:
Paulo Quando escreveu a carta famosa acima estava apelando para o despertamento
dos incautos cristãos de Corinto , embriagados pela luxúria na capital da velha
Acaia, na Grécia. Ali, a igreja estava embaraçada com os apelos que os vícios sensuais
da região proporcionava. Então quando Paulo cita o Amor podemos
admitir que citava implicitamente a caridade, pois na caridade acionamos
o amor e no amor saímos do erro.
É assim que eu me sinto perante a tudo isto. É como se eu estivesse
escrito tudo isto, pois meu corpo arrepia, dos pés a cabeça, só de ler essa
passagem. Somente acho que as pessoas precisam disto.
E antes que você me pergunte, não sou um suicida, quero apenas uma
opinião. (rs)
Jorge Hessen:
Suas palavras estão destituídas de leitura
doutrinária mais consistente, por isso, sua explanação
não tem maior conexão com os princípios legados pelos Espíritos Superiores
através das obras compiladas e publicadas por
Allan Kardec.
Desde já, agradeço a compreensão, sempre aguardando uma resposta.
Obrigado!
Atenciosamente,
XXXX
Abraços cordiais
Jorge Hessen